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quinta-feira, 25 de setembro, 2025
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Lula retorna ao Brasil e deve anunciar reforma ministerial nos próximos dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta quinta-feira (25) no Brasil após participar da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, trazendo na bagagem a expectativa de promover mudanças na Esplanada dos Ministérios nos próximos dias.

Segundo apuração, pelo menos dois ministros devem deixar o primeiro escalão: Celso Sabino (Turismo) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).

A saída de Sabino foi antecipada ainda na semana passada, quando o União Brasil — partido ao qual o ministro é filiado — determinou que todos os membros da legenda se desligassem do governo em até 24 horas, sob risco de punição por infidelidade partidária. O ministro comunicou sua decisão a Lula em reunião no Palácio da Alvorada, na sexta-feira (19), antes da viagem do presidente.

Sabino estava à frente da pasta desde julho de 2023, quando substituiu Daniela Carneiro. Ele deixa o posto em meio a um impasse político, já que outros dois ministros ligados ao União Brasil, Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações), confirmaram que permanecerão no governo, mesmo diante da determinação da legenda.

Boulos cotado para a Secretaria-Geral

No caso da Secretaria-Geral da Presidência, Lula avalia indicar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para substituir Márcio Macêdo. A pasta tem papel estratégico na articulação com movimentos sociais e a mudança é vista por aliados como um movimento para reaproximar o governo da militância, além de fortalecer o campo progressista para as eleições municipais de 2026.

Líder histórico do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos tem trajetória marcada pelo ativismo social. Em 2022, foi o deputado federal mais votado do país, com mais de 1 milhão de votos em São Paulo. Também disputou a Prefeitura paulistana em 2020 e 2024, chegando ao segundo turno em ambas as ocasiões, mas foi derrotado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Reacomodação política

As mudanças na Esplanada são tratadas no Planalto como parte de uma reacomodação política necessária para manter governabilidade e reforçar alianças estratégicas, sobretudo diante do afastamento de partidos do chamado centrão.

Enquanto a substituição de Sabino atende a uma pressão partidária, a possível entrada de Boulos tem forte peso simbólico, mirando não apenas a base social do governo, mas também sinalizando novos arranjos para o futuro.

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