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domingo, 28 de setembro, 2025
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Professores protestam contra mudanças na gratificação para temporários

Cerca de 150 professores protestaram contra as mudanças impostas pela prefeita Adriane Lopes (PP) por meio do Decreto 16.389/25 e o novo processo seletivo para professores substitutos da Rede Municipal de Ensino (REME). A manifestação ocorreu na manhã deste sábado (27), em frente à Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).

A Prefeitura cortou uma série de benefícios ligados à qualificação de professores temporários, que podem perder até R$ 442,00 sobre o salário atual. Liderados pela ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e com apoio de vereadores ligados ao PT, oposição da prefeita Adriane Lopes, o grupo pediu a bonificação de 10% para especializações, como pós-graduação, mestrado e doutorado.

O presidente da entidade representativa, Gilvano Bronzoni, disse à imprensa que já foi entregue uma carta à Prefeitura com pontos do edital que a categoria considera passíveis de discussão. “Esperamos um posicionamento até a segunda-feira para debater com a categoria”, citou, acrescentando que uma assembleia foi convocada para às 18h do dia 29, também na sede da Fetems.

Além do decreto, os professores sinalizaram que houve uma repactuação salarial no início desta semana, após a Prefeitura alegar falta de recursos para pagar os docentes. Presente no evento, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) disse que a prefeita não apresentou o impacto econômico da decisão. “Apenas publicou o edital com novas regras. Isso lesa o direito dos professores convocados. Não aceitamos mais retrocessos”, criticou.

A presidente da Fetems, Deumeires Moraes, também desaprovou o novo edital, pontuando que trouxe perda salarial para os professores contratados que têm a formação de doutorado e de mestrado. “Tanto a Fetems quanto a ACP estão na luta com a Prefeitura, para que nós possamos reverter esse ponto, bem como outros também que estão colocados no edital, que nós discordamos”, complementou.

Em nota à imprensa, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), declarou que não há diferenciação no salário base para professores efetivos e temporários da REME, no nível e classe PH2A. “Ambos recebem a mesma remuneração inicial”, afirmou a pasta.

“Professores efetivos seguem o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério, com progressões e vantagens previstas em lei. Já os temporários são contratados em caráter excepcional para suprir demandas imediatas da Rede, conforme regras legais específicas. Todos os demais direitos da categoria estão assegurados pela legislação vigente”, continua a explicação.

Por fim, enfatizou que a contratação temporária é uma prática legal adotada em todo o país, garantindo o atendimento contínuo a mais de 115 mil alunos, sem prejuízo à qualidade do ensino e que cerca de 86% dos professores da REME são efetivos. “Reflexo do compromisso da Prefeitura com a estabilidade, valorização e continuidade pedagógica na Rede Municipal de Ensino”.

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