A partir desta quarta-feira (1º), usuários do Pix terão uma nova ferramenta de proteção contra fraudes e golpes: o chamado “botão de contestação”, disponível diretamente nos aplicativos das instituições financeiras.
O recurso faz parte do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central (BC), e permitirá que vítimas de transações fraudulentas acionem o pedido de devolução de forma totalmente digital, sem precisar falar com atendentes.
Segundo o BC, ao acionar o botão, a informação é enviada imediatamente ao banco que recebeu os valores, que deve bloquear os recursos existentes na conta do golpista. A análise do caso é feita em até sete dias úteis e, se for confirmada a fraude, a devolução ocorre em até 11 dias diretamente para a conta da vítima.
“Ao contestar a transação, a informação é instantaneamente repassada para o banco do golpista, que deverá bloquear os recursos em sua conta, caso existam”, explicou Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC.
O mecanismo, no entanto, não se aplica em casos de erro de digitação, arrependimento ou desacordo comercial. Ele é restrito a situações de fraude, golpe e coerção.
Mais segurança no sistema
O BC informou que, apenas nos primeiros sete meses deste ano, o Pix já registrou R$ 377,4 milhões devolvidos às vítimas, valor que soma mais de R$ 1,5 bilhão desde o lançamento da ferramenta em 2021.
Além do novo botão, outras medidas de segurança estão previstas:
- 23 de novembro de 2025: o MED passará a rastrear o caminho dos recursos, permitindo o bloqueio de valores em contas intermediárias;
- 2 de fevereiro de 2026: essa funcionalidade se tornará obrigatória para todas as instituições financeiras.
Com as mudanças, o Banco Central espera aumentar as chances de recuperação dos valores, já que hoje muitos criminosos conseguem transferir rapidamente o dinheiro para outras contas antes da contestação da vítima.
