O grupo Hamas anunciou nesta quarta-feira (8) ter chegado a um acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, em um entendimento que prevê a retirada das tropas israelenses do território, o envio de ajuda humanitária e uma ampla troca de prisioneiros. O comunicado foi divulgado horas antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do plano de paz para pôr fim ao conflito iniciado em outubro de 2023.
De acordo com o Hamas, o cessar-fogo deve incluir garantias internacionais para que Israel cumpra integralmente os termos do acordo. O grupo agradeceu aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, além de destacar o papel de Trump na condução das negociações. “Agradecemos profundamente os esforços dos nossos irmãos mediadores no Catar, Egito e Turquia. Também valorizamos os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, que busca o fim definitivo da guerra e a retirada completa da ocupação da Faixa de Gaza”, afirmou o comunicado.
Em mensagem publicada na rede Truth Social, Trump comemorou o acordo e disse que “todos os reféns serão libertados em breve”. Segundo o presidente americano, o Exército de Israel “retirará suas tropas para uma linha acordada” como parte do primeiro passo “em direção a uma paz forte e duradoura”. O republicano também agradeceu aos países mediadores e descreveu o momento como “um grande dia para o mundo árabe e muçulmano, para Israel e para os Estados Unidos”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou o entendimento e afirmou que o governo de Israel se reunirá para aprovar o acordo. “Com a ajuda de Deus, traremos todos para casa. Este é um grande dia para Israel”, declarou.
Segundo informações divulgadas pelo governo israelense, cerca de 20 reféns ainda estariam vivos em Gaza, e outros 25 teriam morrido durante o conflito. O acordo prevê a libertação dos reféns em troca de 250 prisioneiros palestinos condenados à prisão perpétua e de 1.700 moradores de Gaza detidos por Israel durante a guerra. Também haverá troca de restos mortais — para cada refém morto devolvido, Israel entregará os restos mortais de 15 palestinos.
O conflito entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após o ataque do grupo terrorista a território israelense, que resultou em mais de 1.200 mortes e dezenas de sequestros. Desde então, os combates deixaram milhares de mortos e uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza.
Com o novo acordo, mediado por Catar, Egito e Turquia, cresce a expectativa de uma trégua duradoura e de um novo ciclo de negociações para a reconstrução do território e a retomada do diálogo político na região.