Os terroristas do Hamas concluíram, na manhã desta segunda-feira (13), a libertação dos 20 reféns israelenses vivos que ainda estavam em poder do grupo, como parte do acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. A medida representa um avanço significativo nas negociações entre o movimento extremista e o governo de Israel, após dois anos de guerra na Faixa de Gaza.
Em um primeiro momento, sete reféns foram entregues à Cruz Vermelha Internacional, que atuou como intermediária entre o Hamas e o governo de Benjamin Netanyahu. Na sequência, outros 13 sequestrados foram transferidos ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Segundo o Exército israelense, todos os reféns já estão sob sua guarda e passaram por avaliações médicas iniciais antes de serem encaminhados ao reencontro com seus familiares.
O acordo prevê ainda que o Hamas entregue 28 corpos de reféns mortos. Em contrapartida, Israel libertará cerca de 2.000 prisioneiros palestinos, incluindo detidos administrativos e condenados por crimes diversos.
De acordo com comunicado oficial, a Cruz Vermelha informou que suas equipes foram responsáveis por receber os reféns em Gaza e transferi-los às autoridades israelenses, além de conduzir, em operação paralela, a transferência de prisioneiros palestinos detidos em centros israelenses para Gaza e a Cisjordânia.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também destacou que está facilitando o translado dos restos mortais das vítimas para que “as famílias possam enterrar seus entes queridos com dignidade”.
Dois anos de conflito devastador
A guerra entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista lançou um ataque surpresa ao sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 250 reféns.
Desde então, a ofensiva israelense em Gaza deixou mais de 67 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não distingue entre civis e combatentes. Aproximadamente metade das vítimas seriam mulheres e crianças, de acordo com o órgão.
O conflito destruiu vastas áreas da Faixa de Gaza e deslocou cerca de 90% dos seus 2 milhões de habitantes, gerando uma das piores crises humanitárias das últimas décadas.
Embora a trégua atual tenha sido recebida com alívio por israelenses e palestinos, o futuro do cessar-fogo ainda é incerto. As negociações continuam sob forte pressão internacional, e tanto Washington quanto a ONU defendem uma solução duradoura que ponha fim ao ciclo de violência na região.