Uma distribuidora de perfumes contrabandeados foi fechada na segunda-feira (13), em Campo Grande, pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (GARRAS), após denúncias anônimas apontarem para o local.
Segundo a descrição, um homem de 38 anos fazia o chamado transporte de formiguinha, ou seja, em pequenas quantidades, de produtos importados ilegalmente. O sujeito seria membro de uma organização especializada no crime.
Diante disso, o local indicado, na Rua Antônio Mena Gonçalves, no bairro Monte Castelo, passou a ser monitorado. Na tarde de ontem, avistaram um homem, de 54 anos, chegando em um veículo. Logo depois, surgiu o suspeito, de 38 anos, em outro carro.
Entretanto, quando este fazia a manobra para acessar o pátio do imóvel, houve a abordagem e o suspeito tentou fugir, mas foi impedido pela viatura e preso em flagrante. No interior do carro dele foram encontrados diversos perfumes importados.
Questionado sobre a origem, ele disse não ter nenhum documento fiscal. A equipe vistoriou o imóvel, onde flagrou diversas pessoas trabalhando em despacho de perfumes através do serviço de entregas dos Correios.
A investigação descobriu que as vendas eram feitas por meio de aplicativos de e-commerce e redes sociais. Os gerentes foram atuados em flagrante, assim como os dois motoristas. Já os empregados foram ouvidos como testemunhas e liberados.
Os indiciados pagaram fiança de 20 salários mínimos e livraram-se soltos. A Receita Federal foi acionada e avaliou a mercadoria apreendida em 10 a 20 milhões de reais. Os produtos foram encaminhados ao depósito do órgão federal
Para a imprensa, o delegado Reginaldo Salomão, titular da GARRAS e responsável pelo caso, detalhou que a distribuidora funcionava há dois anos e gerou uma movimentação de R$ 6 milhões a R$ 12 milhões por mês.
Os perfumes apreendidos tinha fragrâncias árabes e saíam de países como o Egito, Dubai e do Oriente Médio, transportados até Ciudad Del Este (PY), onde eram trazidos para Campo Grande para a distribuição por todo o Brasil.
O grupo era tão organizado que chegou a abrir uma loja física de fachada no bairro Jardim dos Estados. Na sede, a investigação descobriu que os gerentes faziam até mesmo reuniões para tratar de metas de venda e logística de entregas.