O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou em agosto o menor número de servidores atuantes em 2025, em um momento em que a fila de análise de benefícios previdenciários e assistenciais ultrapassa 2,6 milhões de pessoas.
Segundo dados obtidos pelo R7 Planalto via Lei de Acesso à Informação e confirmados pelo Ministério da Previdência Social, o INSS contava com 7.360 servidores ativos na Central de Análise de Benefícios em agosto. O número representa uma redução em relação aos 7.424 de julho e aos 7.576 de janeiro, quando a autarquia registrou seu maior contingente no ano.
Esses profissionais são responsáveis por tarefas como o reconhecimento de direitos, manutenção de benefícios e cumprimento de decisões judiciais.
Pasta diz que variação é “natural”
Em nota, o Ministério da Previdência Social afirmou que o número de servidores “se manteve estável” ao longo do ano e que as oscilações decorrem de “aposentadorias, vacâncias, movimentações internas, licenças temporárias e rotatividade natural, sem impacto estrutural na capacidade de análise”.
A pasta também destacou que parte significativa da fila não depende exclusivamente do INSS. “Apenas 25% dos requerimentos estão sob governabilidade direta da autarquia. O restante envolve etapas externas, como a Perícia Médica Federal e o cumprimento de exigências pelos cidadãos”, informou.
Aumento de pedidos e produtividade em alta
O ministério atribui o crescimento da demanda à elevação no número de pedidos de benefícios, causada por “alterações normativas que demandaram ajustes sistêmicos”. Ainda assim, segundo a nota, a produtividade do órgão “segue em trajetória positiva”.
Em agosto de 2025, o INSS concluiu 1,226 milhão de processos, e o tempo médio de concessão (TMC) caiu para 42 dias, abaixo do prazo legal de 45 dias — o menor tempo registrado no ano.
Ações para reduzir a fila
Atualmente, 40% das análises e reconhecimentos de direitos já são automatizados, de acordo com o governo. Além disso, o ministério afirma que vem adotando medidas como mutirões regionais, inclusive em fins de semana e feriados, e atendimentos extraordinários, com o objetivo de agilizar os processos e garantir atendimento mais rápido à população.
Mesmo com os esforços, o cenário segue desafiador. O número reduzido de servidores e o volume crescente de requerimentos mantêm sob pressão um dos principais sistemas de proteção social do país — e a fila de milhões de brasileiros à espera de resposta continua sendo um dos maiores gargalos da administração pública federal.