O show “Ju Souc Trio” chega a Aquidauana nesta segunda-feira (27) com uma proposta que vai além da música: promover a reflexão sobre a violência contra a mulher e valorizar o protagonismo feminino por meio da arte. A apresentação acontece às 19h, no Centro Cultural do Campus da UFMS, Unidade III, Rua Pandiá Calógeras, 387, no centro da cidade. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
Depois de passarem por Campo Grande, Naviraí e Ponta Porã, Ju Souc, compositora e multi-instrumentista, Márcio Alves (percussão) e Willian Ferreira (baixo) encerram a circulação do projeto em Mato Grosso do Sul. O repertório combina canções autorais, brasilidades e reflexões sociais, mostrando a música como instrumento de transformação e consciência.
“A receptividade do público tem sido muito positiva, todos atentos ao que tem sido falado e cantado durante as apresentações. Foram momentos de muita música e reflexão. Acredito que conseguimos atingir o objetivo de levar música nova e cultura de qualidade para novos públicos”, afirma Ju Souc, idealizadora do projeto.
No palco, a artista desconstrói estereótipos de gênero e provoca o público a refletir sobre igualdade, empatia e respeito. O show é dividido em três partes, transitando entre diferentes sonoridades e linguagens, em um formato intimista e envolvente.
Para Ana Graziele Toledo, diretora do Campus da UFMS em Aquidauana, a apresentação carrega uma mensagem poderosa e necessária.
“A mensagem que o show passa é de música com reflexão. Estamos com muitas expectativas. A arte é veículo para diversas mensagens, e o ser mulher precisa ser discutido diariamente. Todos os caminhos para fomentar o respeito são fundamentais”, afirma.
A gestora ressalta ainda o papel da universidade em abrir espaço para a cultura e o diálogo social. “No Campus de Aquidauana procuramos promover mensalmente ações de arte e cultura, convidando não só a comunidade acadêmica, mas também a comunidade externa. Dar acesso é um gesto de amor ao próximo”, acrescenta.
Quanto à expectativa para o evento, Ana Graziele completa: “Esperamos que, durante a apresentação, a comunidade universitária se engaje com a temática — que as mulheres se reconheçam na cena e que os homens se reconheçam como agentes de mudança”.
Contexto social
Além de celebrar brasilidades, ritmos e criações autorais, o projeto destaca uma dura realidade. Mato Grosso do Sul segue entre os estados com os maiores índices de feminicídio do país. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, o Estado ocupa a segunda maior taxa nacional de violência contra a mulher, atrás apenas de Mato Grosso.
Só até outubro deste ano, 31 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado, enquanto casos de violência doméstica já somam 1.196 ocorrências no mês e ultrapassam 17 mil registros ao longo do ano, conforme dados do Monitor de Violência Contra a Mulher.











