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sábado, 1 de novembro, 2025
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Plantio da soja em MS avança, mas clima irregular mantém ritmo abaixo do esperado

O plantio da soja da safra 2025/2026 atingiu 47,8% da área cultivável em Mato Grosso do Sul até 24 de outubro, conforme boletim divulgado pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária). O avanço foi impulsionado pelo retorno gradual das chuvas, mas ainda fica 7,2 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período da safra anterior, devido ao fenômeno La Niña, que mantém as precipitações irregulares no Estado.

As regiões mais adiantadas no plantio são a Sul, com 58,7% da área semeada; a Centro, com 35,3%; e a Norte, com 23,1%. Até o momento, 2,29 milhões de hectares já foram plantados, e a expectativa é que a safra alcance 4,79 milhões de hectares até o fim da janela ideal de plantio, que vai de 17 de outubro a 14 de novembro. A projeção é de produção de 15,19 milhões de toneladas, com produtividade média de 52,82 sacas por hectare. A área total é 5,9% maior que a da safra 2024/2025, mantendo a expansão da cultura no Estado.

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o Estado permanece sob influência de um La Niña fraco a moderado, com previsão de precipitação acumulada entre 500 e 700 mm entre novembro e janeiro e temperaturas médias de 24 a 28 °C, ligeiramente acima do histórico. A irregularidade das chuvas exige manejo técnico e escalonamento do plantio para reduzir riscos de perda de produtividade.

No mercado, a saca de soja foi cotada a R$ 125,38 em 27 de outubro, com leve alta semanal de 0,25%, mas queda de 10,22% em relação ao mesmo período de 2024. A comercialização da safra 2025/2026 está em 16%, ritmo 11,3 pontos percentuais inferior ao da temporada anterior. Em Campo Grande, a valorização semanal foi de 1,57%, enquanto Chapadão do Sul e Dourados registraram até 0,82% de alta.

O boletim também aponta desempenho positivo na segunda safra de milho 2024/2025, com produção de 14,22 milhões de toneladas, aumento de 68,2% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada ficou em 2,1 milhões de hectares, com produtividade média de 112,7 sacas por hectare, e 68,5% da produção já comercializada. O preço médio da saca foi R$ 51,81, alta de 0,61% na semana, mas ainda 13% abaixo do valor de 2024.

As condições climáticas de setembro registraram déficit de chuvas em 62 das 64 estações monitoradas, com precipitação abaixo da média em quase todo o Estado. Apenas Aral Moreira apresentou volume acima do esperado, com 149 mm, 39% acima da média histórica. O SPI (Índice Padronizado de Precipitação) indicou seca mais intensa nas regiões Leste, Bolsão e Norte, enquanto o Pantanal teve excedente de chuva.

Para os próximos meses, o Cemtec projeta tempo instável, com chuvas esparsas e variação de temperatura. O modelo do Centro de Previsão Climática dos EUA indica 70% de probabilidade de manutenção do La Niña entre novembro e janeiro, reforçando a necessidade de planejamento técnico e manejo adequado para garantir estabilidade na produção agrícola em Mato Grosso do Sul.

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