O Senado Federal dá início, nesta terça-feira (4), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a atuação do crime organizado no Brasil. O colegiado terá 120 dias para apurar o avanço de facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho), além de entender o fortalecimento de milícias em diferentes regiões do país.
Onze senadores compõem a CPI — dez deles já foram indicados até esta segunda-feira (3). A relatoria deve ficar a cargo do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que afirmou que a comissão “não terá fins eleitorais”, e sim um propósito de “urgência nacional”.
Entre os parlamentares escolhidos estão nomes de peso tanto da base do governo quanto da oposição. Do lado governista, participam o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder do PT, Rogério Carvalho (SE). Já entre os oposicionistas, destacam-se os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União-PR), ambos críticos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A presidência da CPI ainda será definida e promete acirrar os ânimos entre governo e oposição. O cargo é estratégico, pois determinará a linha de atuação e as prioridades da investigação, que pode ter desdobramentos políticos relevantes.
A instalação da CPI ocorre dias após uma megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. O episódio dividiu os discursos no Congresso: enquanto a oposição defende a autonomia das polícias estaduais nas ações de combate ao crime, governistas defendem uma abordagem mais integrada e estratégica entre os estados e a União.
“O objetivo é atender ao interesse público e buscar soluções efetivas para um problema que afeta todo o país”, reforçou Alessandro Vieira em suas redes sociais.
A expectativa é de que os primeiros depoimentos sejam definidos ainda nesta semana, após a escolha do presidente e do relator da comissão.











