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terça-feira, 4 de novembro, 2025
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Copom inicia reunião para definir nova taxa Selic; mercado espera manutenção em 15%

Resultado será divulgado na quarta (5); juros estão no maior nível desde 2006 e devem permanecer estáveis, segundo analistas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (4) a reunião que definirá a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. O resultado será divulgado na noite desta quarta-feira (5). Atualmente, a taxa está fixada em 15% ao ano, o maior nível desde 2006.

De acordo com analistas do mercado financeiro, a expectativa predominante é de manutenção da Selic no patamar atual, diante de um cenário de inflação persistente e incertezas sobre o equilíbrio fiscal do país.

Na reunião anterior, o Copom manteve a taxa em 15% pela segunda vez consecutiva, interrompendo em julho o ciclo de sete altas seguidas iniciado em setembro de 2024. A nova taxa que for definida valerá por ao menos 45 dias, até o próximo encontro do comitê.

Inflação ainda acima da meta

Na última ata divulgada, o Copom afirmou que as expectativas de inflação continuam acima da meta oficial, o que justifica a política monetária mais restritiva. O comitê reforçou o compromisso com a “reancoragem das expectativas”, destacando que o processo de controle de preços exige “perseverança, firmeza e serenidade”.

“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, afirmou o texto.

O Banco Central tem reiterado que a manutenção de juros altos é necessária para garantir a estabilidade dos preços e conter pressões inflacionárias, especialmente diante de estímulos fiscais e incertezas externas.

Projeções do mercado

O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (3), manteve a projeção de que a Selic encerrará 2025 em 15% ao ano. Para os anos seguintes, o mercado financeiro projeta quedas graduais: 12,25% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

O que é a Selic

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Quando está alta, encarece o crédito, reduz o consumo e a produção, ajudando a conter o avanço dos preços — mas também pode frear o crescimento econômico.

Na prática, uma Selic elevada significa juros mais altos em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, o que impacta diretamente o bolso dos consumidores.

Histórico recente

Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano. Depois, o Copom promoveu sete cortes consecutivos, reduzindo a Selic para 10,5% em maio de 2024. A partir de setembro do mesmo ano, iniciou-se um novo ciclo de aumentos, levando os juros ao atual patamar de 15%, o maior em quase duas décadas.

O resultado da nova decisão do Copom será conhecido nesta quarta-feira (5) e deve definir o rumo da política monetária do país até o início de 2026.

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