Enquanto o plantio da soja recua 7 pontos percentuais em relação ao ano passado, a produtividade do milho cresce 61% e surpreende produtores
O plantio da soja em Mato Grosso do Sul para a safra 2025/2026 alcançou 61,6% da área prevista até 31 de outubro, de acordo com levantamento da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho), divulgado nesta terça-feira (4). Ao todo, 2,94 milhões de hectares já foram semeados no estado.
Embora a área cultivada tenha crescido 6% em relação à safra anterior, o avanço no plantio está 7,2 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do último ciclo, reflexo da irregularidade das chuvas provocada pelo fenômeno climático La Niña. Em setembro, 62 das 64 estações meteorológicas registraram precipitações abaixo da média, o que retardou o ritmo das máquinas no campo.
A região Sul lidera o plantio, com 68% da área já semeada, seguida pelo Centro (54,7%) e pelo Norte (46,8%). Técnicos alertam que a instabilidade climática ainda pode comprometer o desenvolvimento das lavouras, mesmo com previsão de 500 a 700 mm de chuva até janeiro de 2026.
A estimativa de colheita é de 15,19 milhões de toneladas, com produtividade média de 52,82 sacas por hectare. No entanto, o mercado enfrenta desafios: o preço da soja caiu 1,4% em outubro, com a saca de 60 kg cotada a R$ 125,38. A comercialização da safra também segue lenta, com apenas 16% da produção negociada, uma redução de 11,3 pontos percentuais frente ao mesmo período do ano passado.
Milho da segunda safra tem desempenho histórico

Enquanto a soja enfrenta dificuldades climáticas, o milho da segunda safra 2024/2025 registrou recorde de produtividade em Mato Grosso do Sul. Segundo a Aprosoja/MS, o rendimento médio cresceu 61,7%, passando de 67,05 para 108,4 sacas por hectare.
A produção total alcançou 13,9 milhões de toneladas, um aumento de 64,8% em relação à safra anterior. A área cultivada somou 2,1 milhões de hectares, 1,9% superior ao ciclo anterior.
A região Norte apresentou os melhores resultados, com destaque para Alcinópolis (173,79 sc/ha), Chapadão do Sul (167,08 sc/ha) e Costa Rica (163,38 sc/ha). Também superaram a média estadual municípios como São Gabriel do Oeste, Paraíso das Águas, Maracaju, Sidrolândia, Dourados e Ponta Porã, que juntos respondem por 36% do milho colhido no estado.
Maracaju lidera o ranking de produção, com 267,4 mil hectares e 1,84 milhão de toneladas, seguido por Sidrolândia (1,18 milhão t), Ponta Porã (1,13 milhão t) e Dourados (1,11 milhão t).
Segundo o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flávio Aguena, o avanço reflete planejamento estratégico e adoção de novas tecnologias no campo. “Os produtores têm investido em manejo eficiente e precisão agrícola, o que resultou em ganhos expressivos de produtividade”, destacou.
O plantio do milho foi concluído em abril, dentro da janela climática ideal, e a colheita terminou em setembro, cerca de duas semanas após o cronograma previsto. Nos últimos dez anos, esta é apenas a segunda vez que Mato Grosso do Sul supera a marca de 100 sacas por hectare, repetindo o desempenho de 2023.











