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sábado, 8 de novembro, 2025
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Conta de luz poderá variar conforme horário de consumo, propõe Aneel

Sistema testaria valores diferentes conforme a demanda de energia; implementação seria gradual, a partir de 2026, para consumidores de maior consumo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda um novo modelo tarifário que pode mudar a forma como os brasileiros pagam pela conta de luz. A proposta, apresentada em uma nota técnica, prevê que o valor da energia elétrica passe a variar conforme o horário de consumo — com o objetivo de incentivar o uso racional da energia e reduzir custos no sistema elétrico nacional.

Segundo o estudo, a mudança criaria três faixas de cobrança:

💡 Pico – com tarifa mais alta, nos horários de maior demanda;
💡 Intermediário – período de transição, normalmente uma hora antes e uma hora depois do pico;
💡 Fora de pico – madrugada, fins de semana e feriados, quando o consumo tende a ser menor.

A ideia é que o preço da energia reflita o comportamento do sistema elétrico em tempo real. Hoje, a tarifa é a mesma durante todo o dia, o que significa que quem consome energia no horário de pico paga o mesmo valor de quem usa à noite ou de madrugada.

“A proposta busca indicar a hora certa de consumir energia, dando um sinal de preço mais claro ao consumidor”, explicou uma fonte envolvida nas discussões.

Implementação gradual

O novo modelo ainda não tem data para ser implementado. Se aprovado, a Aneel pretende aplicar a cobrança de forma gradual, começando por quem consome mais.

Na primeira etapa, prevista para 2026, o sistema abrangeria consumidores com gasto mensal acima de 1.000 kWh, como grandes residências e comércios — cerca de 2,5 milhões de unidades, responsáveis por 25% do consumo de baixa tensão no país.

A segunda fase, estimada para 2027, incluiria unidades com consumo acima de 600 kWh/mês, ampliando o alcance para outro grupo de 2,5 milhões de consumidores.

Próximos passos

Por enquanto, a proposta é apenas uma nota técnica, sem efeito prático. O texto ainda precisa passar por consulta pública e ser aprovado pela diretoria da Aneel antes de ser implementado.

Durante as discussões, o colegiado também deve avaliar se o consumidor poderá optar por retornar ao modelo atual após um período de adaptação.

Especialistas apontam que, embora o novo formato possa reduzir a pressão sobre o sistema elétrico e estimular o uso consciente, a mudança exigirá adaptação gradual do comportamento de consumo — um desafio que, segundo a própria Aneel, deve levar tempo para se consolidar.

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