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segunda-feira, 10 de novembro, 2025
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Plano Diretor do Corredor Bioceânico projeta MS como hub logístico

Projeto integra Brasil, Paraguai, Argentina e Chile e promove desenvolvimento econômico, turístico e estratégico para a região

O Plano Diretor do Corredor Bioceânico (CBC), iniciativa que organiza infraestrutura, logística e governança na rota de integração rodoviária entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, apresentou avanços significativos, com 264 propostas recebidas de entidades públicas e privadas para orientar as ações dos oito governos subnacionais envolvidos.

Os dados foram apresentados pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, durante a 1ª Jornada de Estudos Estratégicos, realizada no auditório do Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande. O evento discutiu os impactos econômicos, geopolíticos e estratégicos do projeto para o Centro-Oeste brasileiro.

“O Corredor Bioceânico é uma transformação estrutural para Mato Grosso do Sul. Estamos no centro dessa rota e temos a oportunidade de consolidar o Estado como um hub logístico e comercial do Cone Sul. Esse é um projeto de desenvolvimento e de integração continental”, afirmou Verruck.

Infraestrutura e conectividade

A Ponte Internacional da Rota Bioceânica já tem mais de 80% das obras concluídas e deve ser finalizada até o final de 2026. Além da construção física, o plano inclui projetos de infraestrutura rodoviária, melhoria das passagens de fronteira, instalação de Centros de Coordenação de Fronteiras e ações em telecomunicações, digitalização e redes de energia, visando maior eficiência operacional e redução de custos.

O secretário ressaltou que o desenvolvimento econômico local reforçará a necessidade de núcleos internos estratégicos para atender à demanda, especialmente nos setores de agronegócio e logística.

Turismo e integração continental

Inspirado na famosa Rota 66 dos Estados Unidos, Verruck propôs a criação da ‘Rota 67’, que permitirá aos visitantes atravessar o continente de carro, conectando o Pantanal à região do Deserto do Atacama. A iniciativa promete facilitar o turismo, com procedimentos alfandegários simplificados e experiências que unem biodiversidade, cultura e integração.

Segurança e governança coletiva

Outro ponto destacado foi a importância da segurança coletiva para o funcionamento do Corredor. “Se o Corredor carecer de elementos que garantam a construção coletiva e o desenvolvimento dessas regiões, a iniciativa corre o risco de se tornar isolada. É essencial que todos os agentes — inclusive os de segurança — participem das decisões”, disse Verruck.

Além do secretário, participaram do evento o professor Sandro Teixeira Moita, do Instituto Meira Mattos (ECEME), e o pesquisador Lúcio Flávio Suakozawa, da Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana (Unirila), que discutiram cultura estratégica e geopolítica da rota.

Promovida pelo Comando Militar do Oeste, a 1ª Jornada de Estudos Estratégicos teve como objetivo fortalecer o pensamento estratégico e promover o diálogo entre acadêmicos, militares e autoridades governamentais sobre integração, desenvolvimento e defesa regional. Ao final, Verruck recebeu diploma e medalhas do Exército em reconhecimento à apresentação e às ações do Estado no projeto.

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