Os cirurgiões-dentistas que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Prefeitura Municipal de Campo Grande anunciaram nesse sábado (15) o “estado de grave” como protesto pelo descumprimento da decisão judicial sobre reposicionamento do plano de cargos e carreira da categoria.
Durante a Assembleia Geral Extraordinária, por unanimidade, os cerca de 100 profissionais decidiram deflagrar o estado de greve por tempo indeterminado. “Estamos seguindo todos os passos que a lei de greve determina para defender efetivamente os nossos direitos enquanto profissionais”, detalhou o presidente do Sindicato, David Chadid.
Ele explicou que a Prefeitura da Capital descumpriu o prazo da ordem judicial para publicar o reposicionamento do plano de cargos e carreira. “O prazo encerrou e a gestão não cumpriu a ordem judicial, referendada até pelo STJ, ou seja, um flagrante desrespeito aos profissionais e à própria Justiça”, pontuou.
A categoria também cobra melhores condições de trabalho, atualização salarial, que não acontece há três anos, e a regulamentação do auxílio-alimentação. “Estamos abertos ao diálogo, mas nesse caso do plano de cargos e carreira não há o que questionar, pois decisão judicial não se questiona, se cumpre, e é isso que buscamos”.
Os cirurgiões-dentistas também destacaram a falta de recursos e insumos para atender a população, até mesmo luvas e rolinhos de algodão não estão sendo fornecidos pela Prefeitura, e compressores estão quebrados nas unidades de saúde. “Queremos respeito a nossa categoria e ao poder judiciário”, disse o presidente.
David Chadid também adiantou que, caso a prefeita Adriane Lopes não cumpra com suas obrigações, em breve os cirurgiões-dentistas serão obrigados a paralisar parcialmente os atendimentos odontológicos nas unidades de saúde. Agora, o Sindicato irá comunicar o estado de greve ao Município e organizar os próximos passos.
O chamado “estado de greve” é uma decisão de trabalhadores que sinaliza que uma greve pode ser iniciada a qualquer momento, servindo como um alerta para os empregadores e uma preparação para a categoria. Durante esse período, os servidores continuam atuando normalmente, mas intensificam a mobilização e as atividades de luta.
