Grupo denuncia irregularidades, reclama de falhas no atendimento à saúde e pede melhorias estruturais nos bairros
A tarde deste sábado (15) foi marcada por protestos em frente à Prefeitura de Campo Grande, onde moradores e servidores municipais se reuniram em um ato independente convocado pelas redes sociais. Batizado de “Acorda Campo Grande”, o movimento expôs uma lista extensa de problemas enfrentados pela população e cobrou posicionamentos da prefeita Adriane Lopes (PP) sobre temas que vão de supostos privilégios na folha de pagamento até buracos e falta de manutenção nos bairros.
O grupo, munido de faixas, cartazes e megafones, ocupou a área em frente ao Paço Municipal durante o feriado. Os manifestantes afirmam que a gestão atual tem falhado em áreas essenciais e que a falta de transparência agrava ainda mais a insatisfação popular.
Denúncias de “folha secreta” e cobrança por transparência
Entre as principais queixas, está a existência de uma suposta “folha secreta” na administração municipal — lista paralela que incluiria salários acima do teto, pagamentos irregulares e benefícios que não aparecem nos sistemas oficiais. Os participantes pediram investigação e publicização detalhada da folha de pagamento, reforçando que a prefeitura tem obrigação legal de garantir transparência total no uso dos recursos públicos.
Alguns manifestantes afirmaram que, caso as denúncias sejam comprovadas, apoiam a abertura de processo de impeachment contra a prefeita. “Se existe irregularidade, tem que ser apurada. Campo Grande precisa acordar”, dizia um dos cartazes.
Educação: falta de valorização e salários defasados
Profissionais da educação também marcaram presença no ato. Merendeiras, assistentes de educação infantil, professores e trabalhadores terceirizados relataram ausência de valorização, defasagem salarial e falta de estrutura nas escolas municipais. Reajustes prometidos e melhorias nas condições de trabalho são reivindicações antigas que, segundo eles, seguem sem resposta do Executivo.
Saúde: unidades sem estrutura e atendimento precário
Outro ponto recorrente no protesto foi a situação da saúde pública. Manifestantes denunciaram unidades com equipamentos insuficientes, dificuldade de acesso a serviços especializados para crianças com deficiência e problemas de transporte para pacientes. “O básico não está funcionando”, relatou uma mãe que buscava atendimento para o filho.
Infraestrutura: lama, poeira e abandono nos bairros
Além dos servidores, moradores de diversos bairros participaram para denunciar o estado das ruas da capital. Buracos, lama, poeira, falta de manutenção e obras paradas apareceram entre as queixas mais citadas. “Campo Grande está largada”, reclamou um morador do Parque dos Laranjais.
O transporte coletivo também entrou na pauta, com relatos de atrasos, linhas insuficientes e ônibus em más condições.
Protesto pacífico e organizado pela população
De acordo com os organizadores, o “Acorda Campo Grande” não tem vínculo com partidos ou entidades específicas. O objetivo é “pressionar o poder público a dar explicações e soluções”, mantendo o ato totalmente pacífico.
O grupo afirma que novas mobilizações podem ocorrer caso a Prefeitura não apresente respostas objetivas às denúncias e às demandas da população.
A Prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou publicamente sobre o protesto até a publicação deste texto.

