Com Alessandro Vieira na relatoria, Planalto busca rever pontos polêmicos aprovados pela Câmara
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o debate sobre o projeto antifacção no Senado Federal tende a ser menos politizado e mais técnico do que na Câmara dos Deputados, onde o texto foi aprovado nesta terça-feira (18). A expectativa é de que a nova etapa permita reavaliar pontos considerados problemáticos pelo governo.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator da proposta. Vieira também é relator da CPI do Crime Organizado na Casa e é visto como um parlamentar moderado, de perfil técnico e com atuação consistente na área de segurança pública — fatores que reforçam o otimismo do governo.
Possíveis ajustes no texto
Segundo articuladores do Palácio do Planalto, a boa relação com o relator pode abrir espaço para rever trechos aprovados na Câmara que causaram preocupação, como:
- impactos negativos sobre fundos de segurança pública;
- possíveis sobreposições legislativas;
- dispositivos considerados demasiadamente amplos quanto à definição de alvos.
A estratégia governista no Senado é ampliar o diálogo, reduzir o clima de tensão e, com isso, ganhar tempo para “esfriar” o debate. Eventuais alterações farão com que o projeto retorne para a Câmara, mas a expectativa é de que, até lá, o ambiente político esteja menos hostil ao Executivo.
Câmara aprovou texto em clima acirrado
Na Câmara, o projeto foi relatado por Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo e aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado como potencial adversário de Lula nas eleições presidenciais de 2026.
Após a aprovação, Derrite fez críticas ao governo federal e exaltou a gestão paulista, embora tenha negado motivação política na condução do parecer. O episódio reforçou a avaliação do Planalto de que o debate na Câmara esteve marcado por forte embate político.
Com o texto agora nas mãos do Senado, o governo aposta em uma discussão mais técnica para tentar ajustar pontos sensíveis da proposta antifacção antes da etapa final de votação.











