Pagamento extra movimenta 2,9% do PIB brasileiro e deve impulsionar comércio e serviços no Mato Grosso do Sul
O pagamento do 13º salário deve movimentar fortemente a economia brasileira até dezembro de 2025. A projeção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) indica que cerca de R$ 369,4 bilhões serão injetados no país, o equivalente a 2,9% do PIB. Ao todo, 95,3 milhões de brasileiros devem receber o benefício, com rendimento médio estimado em R$ 3.512.
Os valores consideram trabalhadores formais da iniciativa privada e do setor público, empregados domésticos com carteira assinada, além de aposentados e pensionistas da União, estados e municípios.
Centro-Oeste terá 9% do total — e Mato Grosso do Sul deve sentir impacto direto
A região Centro-Oeste deve concentrar 9% de todo o montante nacional, segundo o Dieese. Embora o relatório não detalhe valores por estado, o peso do mercado formal e do funcionalismo faz com que Mato Grosso do Sul tenha um impacto relevante nessa distribuição, especialmente nas cidades-polo como Campo Grande, Três Lagoas e Dourados.
O Estado possui forte participação dos setores público e de serviços — categorias com maior estabilidade e maior probabilidade de recebimento integral do 13º salário. Além disso, a agroindústria e a construção civil, motores da geração de empregos recentes, também ampliam o número de trabalhadores formais que recebem o benefício.
Para a economia sul-mato-grossense, historicamente impulsionada pelo comércio no fim do ano, a injeção de renda tende a fortalecer vendas, serviços e contratações temporárias.
Quem recebe o 13º no país
Do total de beneficiados no Brasil:
- 59,5 milhões (62,5%) são trabalhadores com carteira assinada, incluindo 1,47 milhão de empregados domésticos.
- 34,8 milhões (36,6%) são aposentados e pensionistas do INSS.
- 915,5 mil são aposentados e pensionistas do regime próprio da União.
- Estados e municípios também pagam o 13º a seus aposentados e servidores, mas o Dieese não conseguiu consolidar esses números.
Para onde vai o dinheiro
A maior parte do valor pago no Brasil será destinada a trabalhadores do mercado formal:
- 70,4% do total (R$ 260 bilhões) vão para empregados com carteira — incluindo domésticos.
- 29,6% (R$ 109,5 bilhões) vão para aposentados e pensionistas.
Mesmo sem dados individualizados, o Dieese reforça que estados com grande funcionalismo público e alta formalização — caso de Mato Grosso do Sul — tendem a ter um impacto significativo, tanto pelo pagamento do 13º aos servidores quanto pelo consumo gerado no comércio local.
Regiões que mais recebem
- Sudeste: 49,6% do total
- Sul: 17,3%
- Nordeste: 16,4%
- Centro-Oeste: 9%
- Norte: 5%
Entre os estados, o maior valor médio deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.877). Os menores ficam com Maranhão e Piauí, com média de R$ 2.400.
Metodologia
A estimativa utiliza dados da Rais e do Novo Caged (Ministério do Trabalho), Pnad Contínua (IBGE), Previdência Social e Secretaria do Tesouro Nacional. Não entram no cálculo:
- profissionais autônomos,
- trabalhadores sem carteira,
- categorias com acordos específicos de antecipação.
Impacto no MS
Com a circulação de renda adicional e o adiantamento das compras de fim de ano, a expectativa é de aquecimento em setores como:
- Comércio varejista
- Alimentação e eventos
- Turismo interno
- Serviços pessoais
A Fecomércio-MS e associações setoriais já apontam para aumento de contratações temporárias, impulsionadas justamente por essa entrada extra de recursos.











