Sobretaxa de 40% imposta em julho é retirada após avanço nas negociações entre Trump e Lula
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (20) uma nova ordem executiva que altera as tarifas aplicadas a produtos importados do Brasil, reduzindo parte da sobretaxa de 40% anunciada em julho. A medida, que tem efeito retroativo a 13 de novembro de 2025, beneficia especialmente itens do agronegócio brasileiro.
A decisão é resultado de negociações entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas começaram em 6 de outubro, durante ligação telefônica na qual ambos concordaram em tratar das tensões comerciais provocadas pelo decreto norte-americano publicado em 30 de julho.
Segundo o novo documento, o presidente dos EUA afirma ter recebido recomendações de autoridades americanas indicando “progresso inicial” no diálogo com o Brasil. Com isso, parte dos produtos agrícolas foi retirada da lista de tarifas adicionais previstas no Decreto Executivo 14323.
Em trecho da ordem executiva, Trump escreveu: “Certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional (…) porque houve progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil.”
Medida reverte sobretaxa imposta em julho
A mudança altera a ordem executiva que, no meio do ano, caracterizou ações do governo brasileiro como uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à economia e à política externa dos Estados Unidos. Na ocasião, Washington aplicou uma tarifa extra de 40% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros.
Com a revisão anunciada, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, continuará monitorando a situação e poderá recomendar novos ajustes. A implementação das medidas envolverá vários órgãos, incluindo Tesouro, Departamento de Comércio, Segurança Interna e Representação Comercial.
Quais produtos tiveram a tarifa reduzida?
A nova lista isenta completamente da sobretaxa de 40% diversos itens agropecuários brasileiros, como:
- Carnes bovinas: carcaças frescas, refrigeradas ou congeladas, cortes com ou sem osso, miúdos comestíveis (línguas e fígados) e carnes salgadas ou defumadas;
- Frutas, raízes e vegetais: tomate, mandioca, inhame, banana-da-terra, abacate, abacaxi, laranja, manga, goiaba e kiwi;
- Castanhas: castanha-do-pará e castanha de caju;
- Produtos agrícolas tradicionais: café, chás, erva-mate;
- Especiarias: pimenta, gengibre, cravo, baunilha e açafrão.
Segundo o texto, se houver necessidade de reembolsar tarifas já pagas desde 13 de novembro, os valores serão devolvidos conforme os procedimentos da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Revisão dá continuidade a reduções anteriores
Na semana passada, os EUA já haviam reduzido tarifas sobre cerca de 200 itens alimentícios, baixando a alíquota de 50% para 40% em produtos como café, carne, açaí e manga. Agora, para parte dos produtos brasileiros, a tarifa foi zerada.
A medida ainda pode passar por novos ajustes à medida que as negociações entre Washington e Brasília avancem.











