Operação noturna vai identificar, catalogar e retirar cabos soltos e clandestinos, atendendo a pedido do comércio e reforçando a segurança.
O quadrilátero central de Campo Grande será alvo, na noite desta quarta-feira (26), da primeira grande etapa da “Operação Rede Limpa”, ação que vai remover fios irregulares, reorganizar a rede elétrica e reduzir riscos causados pelo excesso de cabos soltos e clandestinos. A força-tarefa começa às 22h e seguirá pela madrugada de quinta-feira (27), para evitar impactos ao comércio e ao fluxo de pedestres.
A operação atende a um pedido antigo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e de moradores, preocupados com os riscos de curto-circuitos, quedas de energia e sobrecarga na rede provocados pelo acúmulo de fiações irregulares, principalmente instaladas por provedores não autorizados.
Ação conjunta mobiliza diversos órgãos
A força-tarefa reúne a AGEMS (Agência Estadual de Regulação), a Prefeitura de Campo Grande — por meio da Semades, Sear, Defesa Civil e Agetran — e a concessionária Energisa, responsável pela gestão da rede elétrica. O trabalho ocorrerá de forma coordenada para garantir segurança, organização urbana e redução de riscos elétricos.
O secretário da Semades, Ademar Silva Júnior, afirma que a ação é o início de um projeto maior de revitalização. “Vamos embelezar esse centro para a população entender que Campo Grande tem um centro bacana. Aos pouquinhos, a gente vai melhorando”, declarou.
Já o secretário da Sear, Darci Caldo, lembra que a escolha do quadrilátero central atende diretamente às demandas do comércio. “É um pedido da população e dos lojistas. O centro precisa de mais segurança e organização”, afirmou.
Área de intervenção
A limpeza começa na região de maior concentração de cabos irregulares, no quadrilátero formado por:
- Avenida Mato Grosso
- 13 de Maio
- Afonso Pena
- Calógeras
A operação inclui ainda ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.
As equipes, devidamente identificadas, farão registro fotográfico, catalogação dos cabos retirados e guarda temporária do material. A Energisa reforça que apenas cabos clandestinos, soltos, partidos ou sem identificação serão removidos; fibras ópticas regulares permanecerão.
Risco elétrico e excesso de cabos
Segundo a Energisa, o excesso de cabos instalados sem padrão técnico gera risco à rede elétrica. Hoje, 144 operadoras têm autorização formal para usar os postes, mas empresas irregulares instalaram fiações sem controle ao longo dos anos.
“É um problema sistêmico. Fios soltos podem estar energizados e causar acidentes. A população não deve tocar nesses cabos”, alertou João Ricardo Nascimento, coordenador de construção e manutenção da concessionária.
A AGEMS destaca que normas da Aneel permitem a retirada imediata de cabos quando há irregularidades. “Há risco de segurança e as empresas de telecomunicação precisam seguir as regras”, explica Paulo Patrício, coordenador da Câmara Técnica de Energia.
Comerciantes podem ter interrupção de internet
A CDL alerta que empresários do centro devem verificar a regularidade dos serviços de internet, pois conexões ligadas a redes clandestinas poderão sofrer interrupção durante a operação.
Provedores foram notificados pela Energisa e orientados a regularizar instalações antes do início das ações.
Projeto permanente e expansão para bairros
A Prefeitura informou que o Rede Limpa não será uma ação pontual. A intenção é transformar o projeto em política permanente de ordenamento da rede aérea, com expansão prevista para bairros e até outros municípios do Estado.
Após a limpeza, as forças de segurança farão rondas preventivas para evitar religação clandestina.
O diretor-presidente da AGEMS, Carlos Alberto de Assis, destaca que a iniciativa resolve um problema antigo da infraestrutura urbana. “É mais que uma operação técnica. É uma ação de proteção à população, melhoria da estética e fortalecimento da segurança elétrica.”
A expectativa é que o piloto no Centro sirva de base para estender o modelo para toda a Capital.
