Máxima de Campo Grande passa por maior modernização estrutural da última década

22
(Foto: Agepen)

Unidade recebe obras que reforçam segurança, valorizam servidores e ampliam ações de ressocialização

O Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande — maior presídio de Mato Grosso do Sul — vive um dos mais robustos ciclos de investimentos e reformas de sua história. As obras, conduzidas pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e pela direção da unidade, têm como foco reforçar a segurança, melhorar as condições de trabalho dos servidores e ampliar ações de ressocialização. Grande parte dos serviços é executada com mão de obra prisional, fortalecendo políticas de capacitação e disciplina interna.

Entre as mudanças mais emblemáticas está a instalação de telamento “antidrone” nos pavilhões 1, 2 e 6 — tecnologia que impede o envio de ilícitos pelo ar e é considerada um divisor de águas no controle de segurança da penitenciária.

As intervenções incluem também a construção de novas celas de trânsito e isolamento, reforço da iluminação interna e externa, manutenção de corredores, muros de contenção antimotim nos principais pavilhões e a revitalização completa do pavilhão 4, onde funciona o Setor de Saúde. O espaço recebeu melhorias em salas de assistência social, odontologia e nos solários das alas A e B, destinadas a internos que exigem cuidados médicos contínuos.

No campo educacional e de ressocialização, a escola da unidade passou por ampla reforma e agora tem telas expandidas entre professores e alunos, salas climatizadas, lousas de vidro, além de novos espaços como sala de informática, templo de oração e sala de videoconferência. Também foram criadas uma biblioteca, a sala do setor de trabalho e a área de inclusão.

Outra medida estruturante foi a implantação de uniformes diferenciados para internos que atuam na manutenção, melhorando o controle operacional. A unidade também ganhou um pavilhão de reabilitação, dedicado a custodiados com bom comportamento.

A modernização energética inclui a substituição de cabos subterrâneos por aéreos, novos quadros de energia e reforma das tubulações de água e esgoto. No Pavilhão 1, 78 portas de celas receberam manutenção. Foram revitalizadas áreas externas, com novo calçamento, pintura da muralha interna e iluminação reforçada, especialmente na passarela. As camas de madeira que restavam foram substituídas por estruturas de concreto, aumentando a segurança.

O presídio também avança em práticas sustentáveis com a ampliação da remição de pena por reciclagem, beneficiando dois internos por cela, e recebeu novos hidrantes nos Pavilhões 1 e 2. Outra novidade é a instalação de uma fábrica de blocos e pavers de cimento, que fortalece a produção interna e abastece diversas obras em andamento.

Portaria e pavilhões passarão por novas reformas

Entre os trabalhos em execução estão a reforma completa da portaria, que será mais funcional e segura, a revitalização da fachada, a construção de celas de embarque e desembarque e a finalização da área de odontologia. Para os próximos meses, dois projetos de grande porte estão previstos: a revitalização integral dos Pavilhões 1 e 2 e a limpeza, reforma e iluminação de toda a muralha externa.

Para o diretor da penitenciária, Milson Caetano, o momento marca uma fase inédita. “São obras que fortalecem a segurança, melhoram as condições de trabalho dos nossos servidores e ampliam oportunidades para os internos. A mão de obra prisional tem sido fundamental nesse processo, mostrando que é possível unir disciplina, capacitação e ressocialização”, disse.

Já o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, destacou que as melhorias fazem parte de uma estratégia de qualificação contínua do sistema penitenciário. “A Máxima de Campo Grande é uma das unidades mais complexas do país, e nosso compromisso é garantir segurança, infraestrutura adequada e políticas efetivas de ressocialização. Essas obras mostram a capacidade de transformação da instituição e o resultado do esforço conjunto entre gestão, servidores e ocupação produtiva dos internos”, afirmou.