Técnica do Senar/MS e produtores de Costa Rica atendidos pela ATeG ganham prêmio nacional da CNA

13
Foto: Divulgação

A família Guedes, de Costa Rica, e a técnica de campo Jéssica Barros de Oliveira foram destaque no Prêmio ATeG 2025 – Gestão, Resultado que Alimenta, realizado nesta terça-feira (25) pelo Sistema CNA/Senar. Aparecido Guedes Cardoso e a filha, Mayara Cristina Pereira Guedes, conquistaram o primeiro lugar na categoria Agroindústria, representando o Senar/MS com o trabalho desenvolvido no Laticínio Maria.

O reconhecimento reforça a trajetória construída ao longo dos últimos anos. O Prêmio ATeG avaliou propriedades das cadeias produtivas da pecuária, agricultura, agroindústria e aquicultura, considerando critérios como boas práticas agropecuárias, capacitação da equipe, sucessão familiar, desempenho gerencial e melhoria na qualidade de vida. Além do certificado, os vencedores receberam equipamentos específicos para aprimorar a atividade.

Durante a solenidade, o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, e o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan, participaram da premiação.

“Esse prêmio reflete o compromisso constante do Senar/MS com os produtores rurais, mostrando como a ATeG transforma vidas e gera resultados econômicos, sociais e ambientais. Parabéns à família Guedes, que aqui representa toda a nossa Agroindústria sul-mato-grossense, e mostra que é possível ser referência quando há excelência naquilo que se faz”, afirmou Bertoni.

A conquista coroa o caminho iniciado por Aparecido, o “Guedinho”, que transformou o sonho de ter um sítio em um empreendimento referência no norte de Mato Grosso do Sul. “Eu nunca imaginei chegar aonde estou hoje, ver minha família toda unida e trabalhando junto. A expansão do laticínio e o aumento da nossa produção são muito gratificantes”, comemora.

Com o apoio da Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, a família estruturou e profissionalizou o Laticínio Maria, ampliando sua atuação, conquistando mercados dentro e fora do estado e garantindo certificações que abriram as portas para o mercado nacional. Hoje, o negócio é reconhecido como exemplo de gestão, inovação e empreendedorismo rural, e segue em expansão.

Essa é a história do Transformando Vidas dessa semana

A história começou de forma simples. No início, seu Guedinho tinha algumas vacas e comprava leite de vizinhos para revender a um laticínio local. Com o encerramento das atividades da empresa, ele decidiu arriscar e montar um pequeno laticínio, ainda sem estrutura adequada. “A gente perdia muito leite porque azedava. Era tudo muito improvisado”, recorda.

O filho, Marco Aurélio Guedes Cardoso, viveu essa fase ao lado do pai. “No começo, o retorno era pouco. Eu vinha de madrugada, ajudava meu pai a ensacar o leite e às 7h seguia para meu outro trabalho. Foram seis meses nessa rotina, até o negócio se firmar. Depois, com a assistência técnica, tudo começou a mudar.”

A virada veio em 2019, com a chegada da Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS. A família passou a controlar custos, organizar o fluxo de caixa, planejar o crescimento com ferramentas digitais, como o aplicativo Conecta, e reestruturar o laticínio. “O Senar ajudou tanto na indústria quanto na propriedade rural. Foi o conjunto que nos deu segurança para crescer”, resume Marco.

Aos poucos, toda a família se integrou ao negócio. Mayara assumiu a área logística. “Eu tinha outro emprego, mas percebia que eles precisavam de ajuda. Aos poucos fui aprendendo com meu irmão até assumir a parte de notas, logística e registros. Deixei meu trabalho na cidade para me dedicar à empresa da família.”

Os resultados confirmam a mudança de patamar. A produção, que era de 5 mil litros de leite por mês, saltou para 80 mil, com expectativa de chegar a 100 mil até o fim do ano. A família também expandiu o portfólio: hoje são cinco produtos no mercado e mais dois em desenvolvimento. A modernização da estrutura elevou o padrão de qualidade e garantiu certificações que possibilitaram o acesso ao mercado nacional.

Seu Guedinho também se destaca pela busca constante de conhecimento: já acumula 15 certificados de cursos do Senar. “Você tem que começar pequeno, mas sonhar grande. Não almejo riquezas, apenas que a família continue à frente dos negócios e que meus netos, que hoje são pequenos, também façam parte do time daqui alguns anos”, finaliza.

Além dos avanços industriais, a propriedade da família é referência em sustentabilidade. Desde 2007, o local é modelo em recuperação de pastagens degradadas e contribui para uma agropecuária de baixa emissão de carbono. Hoje, recebe atividades de campo e palestras do Senar/MS, atraindo dezenas de pessoas em busca de aprendizado. Em 2023, o Laticínio Maria foi eleito o melhor da região e recebeu o Troféu Ipê — reconhecimento que marcou a história da família. Agora, soma mais um prêmio a essa caminhada de crescimento e superação.

Para a técnica Jéssica Barros, acompanhar essa evolução até o reconhecimento nacional é motivo de orgulho. “Essa conquista representa o esforço conjunto, o planejamento e a dedicação diária dessa família. Nós orientamos, analisamos e sugerimos melhorias, mas quem transforma tudo isso em realidade é o produtor, e a família Guedes fez isso com excelência. Eles se uniram, confiaram no processo e se entregaram ao trabalho. É gratificante ver minha atuação reconhecida e perceber, mais uma vez, que trabalhar com o Senar/MS é realmente transformar vidas”.

À frente da coordenação da Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS no segmento de Agroindústria, Camila Lima destacou o quanto a conquista reafirma o propósito do trabalho desenvolvido junto aos produtores atendidos. “Como gestora da Agroindústria, receber um prêmio nacional é imensurável. Ter o nosso trabalho como referência mostra o reflexo de uma atuação conduzida com responsabilidade, comprometimento e excelência. Seguimos uma metodologia que tem contribuído para que os produtores alcancem o sucesso que almejam.”