PF apreende celulares em operação que apura morte de indígena durante confronto

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Foto: Divulgação

Policiais federais apreenderam seis dispositivos eletrônicos na casa de uma pessoa investigada por participação no assassinato de um indígena ocorrido durante o confronto na área de retomada da Terra indígena Pyelito Kue, em Iguatemi.

Chamada de Operação Teko Porã, a investida cumpriu um mandado de busca e apreensão. Segundo a PF, a ação teve por objetivo esclarecer a dinâmica dos fatos e identificar todos os possíveis responsáveis pelo confronto.

Na versão dos indígenas, durante a madrugada do dia 16 deste mês, pessoas ainda não identificadas invadiram o acampamento, disparando armas de fogo. Um destes tiros culminou na morte do indígena Vicente Kaiowá e Guarani.

Os dispositivos eletrônicos apreendidos na operação serão encaminhados para perícia técnico-científica. Paralelamente, uma equipe especializada da PF realizou nova perícia em local de crime na região onde o corpo foi encontrado.

Foi empregando recursos tecnológicos para examinar vestígios e coletar elementos complementares que possam comprovar a trajetória dos atiradores, posicionamento das vítimas e circunstâncias do confronto.

O caso

Na madrugada do dia 16 de novembro, o indígena Vicente Kaiowá e Guarani foi morto na Terra Indígena Iguatemipeguá I, em Iguatemi. Vídeos feitos por moradores mostram que ele foi atingido na cabeça por disparo de arma de fogo.

Segundo a Funai de Ponta Porã, cerca de 20 homens armados vindos de uma fazenda atacaram a comunidade, disparando contra famílias e barracos por um longo período.

O grupo indígena Kaiowá e Guarani havia retomado, no início de outubro, parte da Fazenda Cachoeira, área localizada dentro da TI Iguatemipeguá I e próxima à aldeia Pyelito Kue.

Desde 2015, eles ocupam também 100 hectares da Fazenda Cambará, dentro da mesma terra indígena, que foi delimitada oficialmente em 2013 e possui 41,5 mil hectares.