
Projeções internacionais apontam aumento de 68% na incidência da doença; especialistas destacam prevenção e diagnóstico precoce
Celebrado em 27 de novembro, o Dia Nacional do Combate ao Câncer reforça um alerta que vem preocupando especialistas: o Brasil pode registrar até 1 milhão de novos casos de câncer por ano até 2040, segundo projeções de centros de pesquisa internacionais.
Estudos da Harvard T. H. Chan School of Public Health estimam que a incidência da doença no país deve crescer cerca de 68% nas próximas décadas, impulsionada por fatores comportamentais, ambientais e pelo envelhecimento populacional.
Atualmente, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) projeta que o Brasil deve registrar 704 mil novos diagnósticos até o fim de 2025. Os tipos mais frequentes são: câncer de pele não melanoma, mama, próstata, colorretal, pulmão e colo do útero.
Envelhecimento e mudanças no estilo de vida impulsionam aumento
A crescente incidência acompanha uma tendência mundial. O oncologista Dácio Quadros Netto, do hospital Moriah, explica que o principal fator é o envelhecimento da população. “Quanto mais idade, maior o risco de câncer. Além disso, exames mais acessíveis têm permitido detectar tumores cada vez menores”, afirma.
Transformações sociais também têm impacto direto: consumo crescente de ultraprocessados, aumento do álcool, sedentarismo e mudanças ambientais contribuem para o avanço da doença.
Informação e prevenção seguem como melhores armas
Apesar dos números preocupantes, especialistas reforçam que informação qualificada ajuda a salvar vidas. “Quando a população tem acesso a dados confiáveis, fica mais preparada para prevenir a doença e buscar ajuda no momento certo”, explica a oncologista Gabrielle Scattolin.
Entre as principais medidas de prevenção estão alimentação equilibrada, atividade física regular, evitar álcool e cigarro e manter exames preventivos em dia. O diagnóstico precoce pode elevar de forma significativa as chances de cura. “Hoje contamos com tecnologias extremamente sensíveis, capazes de identificar alterações mínimas e acelerar o início do tratamento. Isso é decisivo para reduzir a mortalidade”, destaca Scattolin.
História reforça importância do diagnóstico precoce
A dona de casa Divina Soares, de 51 anos, sabe bem o valor da atenção contínua à saúde. Ela realizava mamografia e ecografia todos os anos quando, em 2014, um pequeno cisto foi identificado. Mesmo com o crescimento do nódulo, repetidos exames apontavam que não havia gravidade.
Somente em 2017, após notar alterações durante um autoexame, Divina buscou um segundo médico — e recebeu o diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado, já com metástase. “Quando ouvi o resultado, parecia que um buraco tinha se aberto sob meus pés. Só conseguia pensar na morte”, relembra.
O caso reforça o papel essencial do autoexame, da persistência diante de dúvidas e da busca por segunda opinião.
Dia Nacional do Combate ao Câncer: conscientização e desafios
A data comemorativa ressalta a necessidade de ampliar políticas públicas, investir em diagnóstico precoce e promover informação acessível.
Com a perspectiva de crescimento acelerado dos casos, especialistas defendem que os próximos anos serão decisivos para fortalecer estratégias de prevenção e reduzir o impacto da doença na população brasileira.




















