Presidente afirma que desigualdade no Brasil é a menor da história, mas reforça que país segue entre os mais desiguais do mundo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite deste domingo (30), que a desigualdade no Brasil é a menor da história, ao falar sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da taxação sobre rendas elevadas. As medidas, sancionadas na última quarta-feira (26), em Brasília, passam a valer a partir de janeiro de 2026.
Em pronunciamento de cerca de seis minutos, Lula destacou que a mudança no IR é parte de um esforço maior para garantir que a população tenha acesso à riqueza que produz. “Mesmo assim, o Brasil continua a ser um dos países mais desiguais do mundo. O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país, enquanto a metade mais pobre detém apenas 2%”, disse.
O presidente também citou outros programas sociais implementados pelo governo, como Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo, ressaltando que essas ações contribuem para reduzir as desigualdades.
Impacto da medida
Segundo Lula, a isenção do IR beneficiará trabalhadores com salários de até R$ 5 mil, gerando economia de cerca de R$ 4 mil ao ano para quem ganha R$ 4,8 mil por mês, quase um décimo quarto salário.
Para compensar a perda de arrecadação, a lei prevê uma alíquota extra de até 10% para cerca de 140 mil contribuintes com renda anual superior a R$ 600 mil (R$ 50 mil mensais). Hoje, pessoas físicas de alta renda pagam, em média, 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais, enquanto trabalhadores em geral recolhem entre 9% e 11%.
Lula ressaltou que o dinheiro extra nas mãos dos beneficiados deve injetar R$ 28 bilhões na economia, ao mesmo tempo em que mantém a taxação dos super-ricos para garantir equilíbrio fiscal.
Detalhes da tabela
A nova lei não promove uma correção integral da tabela do IR, que custaria mais de R$ 100 bilhões por ano, mas aplica isenção e descontos para as novas faixas de renda. Quem ganha mais de R$ 7.350 continuará pagando 27,5% de Imposto de Renda.
Alguns tipos de rendimentos não entram no cálculo da alíquota efetiva, como ganhos de capital, heranças, doações, rendimentos recebidos acumuladamente, aplicações isentas, aposentadorias por moléstia grave e indenizações. A legislação também estabelece limites para que a soma de impostos pagos pela empresa e pelo contribuinte não ultrapasse percentuais fixados para empresas financeiras e não financeiras, com possibilidade de restituição na declaração anual.
Lula concluiu destacando que a mudança no Imposto de Renda é apenas o primeiro passo para combater privilégios e ampliar direitos, garantindo que mais brasileiros possam se beneficiar da riqueza que ajudam a produzir.





















