Estudantes desenvolvem projetos educativos sobre respeito, equidade e valorização da vida
Com foco na prevenção da violência e no fortalecimento da cidadania desde a escola, o Governo de Mato Grosso do Sul está investindo no protagonismo juvenil por meio do apoio direto aos Grêmios Estudantis da Rede Estadual de Ensino. Ao todo, 341 grêmios receberam repasse de R$ 500 cada, contemplando escolas dos 79 municípios do Estado.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado da Cidadania, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude, e tem como objetivo subsidiar ações idealizadas pelos próprios estudantes. Os projetos são voltados à valorização da vida, à prevenção da violência contra a mulher e à promoção de uma cultura de paz dentro das escolas.
Mais do que o recurso financeiro, o governo destaca o reconhecimento do Grêmio Estudantil como espaço legítimo de participação social, mobilização política e formação cidadã. Segundo o subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Jessé Cruz, os grêmios vivem um processo de fortalecimento no Estado.
“Desde 2024, há um movimento para trazer os grêmios para o debate público e para a participação cidadã. Hoje, eles têm relevância que vai além do ambiente escolar”, afirma.
A ação é desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SED). De acordo com o coordenador de Gestão Escolar da pasta, Adalberto Nascimento, mais de 97% das escolas estaduais contam com grêmios ativos. “Essa formação conjunta traz o olhar da juventude para ser trabalhado com os próprios jovens, fortalecendo a rede educacional”, explica.
Formação e ações práticas
O repasse financeiro integrou a trilha formativa “Juventude por Elas e por Eles”, que envolveu estudantes gremistas e professores de práticas pedagógicas. A formação foi estruturada em três eixos: o grêmio como espaço de transformação social, a construção de ambientes de respeito e equidade e a elaboração de propostas e ações escolares. Ao final, os participantes receberam certificação de 40 horas.
Como resultado, os grêmios desenvolveram atividades como palestras, rodas de conversa, debates, peças teatrais e produções audiovisuais, sempre com foco na prevenção da violência contra a mulher. “Mato Grosso do Sul enfrenta altos índices desse tipo de violência, e a proposta foi fazer com que os estudantes ajudassem a disseminar uma nova cultura”, ressalta Adalberto.
A política pública também conta com a atuação da Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres. Para a subsecretária Manuela Nicodemos Bailosa, a iniciativa aposta na prevenção como principal ferramenta de enfrentamento à violência. “É um trabalho alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que investe em práticas inovadoras e intersetoriais desde a juventude”, afirma.
Projetos ganham forma nas escolas
Na Escola Estadual Weimar Torres, no distrito de Guaçulândia, em Glória de Dourados, os estudantes do Grêmio Panthers desenvolveram o projeto “Mulheres do Campo: respeito, força e conquistas”. A iniciativa resultou na produção de um documentário sobre a realidade das mulheres rurais da comunidade.
Segundo a diretora da escola, Eliane Milani, o projeto envolveu alunos de 13 a 17 anos em todas as etapas, desde entrevistas até a produção audiovisual. O recurso recebido foi utilizado para compra de materiais e viabilização do documentário. “O objetivo foi valorizar a mulher como cidadã participativa e consciente de sua importância na sociedade”, explica.
A voz da juventude

Em Campo Grande, estudantes da Escola Estadual Prof. Silvio Oliveira dos Santos produziram vídeos e camisetas com frases que expõem microviolências sofridas por mulheres. Integrante do grêmio, a estudante Isla Ferreira, de 16 anos, conta que a ideia foi conscientizar meninas e meninos sobre o tema.
“A gente foi passando nas salas, explicando que as mulheres não devem ter medo e que denunciar é importante para evitar que a violência aumente”, relata.
Ao investir diretamente nos Grêmios Estudantis, o Governo de Mato Grosso do Sul aposta na juventude como agente de transformação social, reforçando que a construção de uma cultura de paz começa na escola e se espalha para toda a comunidade.




















