Senador liga para o ministro da Saúde pedindo ajuda para impedir colapso da Santa Casa

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Foto: Reprodução/Video

O senador Nelsinho Trad (PSD) usou as redes sociais para comunicar que está trabalhando em prol da solução da crise financeira enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande, o maior hospital público de Mato Grosso do Sul. No vídeo, o político mostro o celular com a ligação feita ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhando que solicitou apoio para impedir um colapso.

“Solicitei que una esforços do Ministério da Saúde, Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande, para poder tirar a Santa Casa desse momento crítico. A Santa Casa não pode colapsar. Isso vai custar vidas. Vai ser muito mais caro colapsada a Santa Casa, tirar ela da situação e fazê-la voltar a normalidade, do que qualquer intervenção que se fazer agora. O que está ruim poderá ficar muito pior”, disse.

Sem dinheiro em caixa, a Santa Casa não pagou o 13º salário dos funcionários de todos os setores. Como consequência, desde a segunda-feira (22) acontece uma paralisação, com 30% do efetivo aderindo ao movimento. Nessa terça, durante novo protesto na recepção, a Polícia Militar foi acionada pela direção do hospital para evitar tumultos.

Mais cedo, em entrevista para a emissora de rádio Jota FM, Nelsinho Trad comentou sobre a situação da Santa Casa e reforçou que exige um esforço extraordinário. “A Santa Casa é a quarta maior do Brasil. Se ela parar, estrangula o sistema de saúde, não só de Campo Grande, mas de todo o Estado”, pontuou.

O senador emendou que o problema ultrapassa a capacidade de resposta isolada dos entes locais. “O horizonte é agir agora, de forma emergencial, para estabilizar a situação e, depois, buscar as soluções estruturais. É como um paciente com hemorragia: primeiro estanca o sangramento, depois trata a causa. O emergencial precisa vir antes de tudo”, comparou.

Em coletiva de imprensa na segunda-feira, a presidente da Santa Casa, Alir Terra, explicou que  há um déficit mensal de cerca de R$ 12 milhões, enquanto o valor total do 13º é de aproximadamente R$ 14 milhões. Ela ainda pontuou que, nos anos anteriores, o Estado repassava o valor para o 13º, mas neste ano o repasse foi alterado para três parcelas (janeiro, fevereiro e março).

O que diz o governo

O governo de Mato Grosso do Sul informou, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que não há acordo que torne o Estado responsável pelo pagamento do 13º salário dos funcionários da Santa Casa de Campo Grande.

Segundo a SES, nos últimos anos foram feitos repasses extras, de forma excepcional, aos hospitais filantrópicos, para ajudar no custeio e no cumprimento de obrigações, sem caráter obrigatório.

A secretaria informou ainda que todos os repasses previstos em contrato com a Santa Casa estão em dia e são feitos ao município de Campo Grande até o quinto dia útil. De janeiro a outubro, o Estado repassou R$ 90,7 milhões, com média mensal de R$ 9,07 milhões. Em novembro, houve um acréscimo de R$ 516,5 mil, elevando o repasse mensal para R$ 9,59 milhões.

Além dos valores regulares, o governo estadual informou que, em 2025, já destinou R$ 25 milhões em recursos da bancada federal para a Santa Casa.

Por fim, a SES afirmou que mantém o compromisso com a transparência, a responsabilidade fiscal e a continuidade do atendimento à população por meio da Santa Casa de Campo Grande.