O futuro é humano: como a gestão centrada em pessoas deve ser a principal aposta das empresas para 2026

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Foto: Divulgação

Com a velocidade das transformações digitais e a pressão por resultados cada vez mais imediatos, 2026 se anuncia como um ano em que as empresas serão convidadas a olhar além da tecnologia. A percepção que ganha espaço entre especialistas é clara: ferramentas importam, mas o maior diferencial continuará sendo o ser humano. É justamente nesse ponto que muitas organizações começam a rever suas prioridades.

Para Angela Maria Frata, professora e coordenadora dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão de Recursos Humanos da Estácio, o mercado vive um momento de amadurecimento. Segundo ela, cresce o entendimento de que tecnologia só alcança seu potencial quando as pessoas estão preparadas para usá-la de modo estratégico. “As empresas têm percebido que, sem equipes capazes de interpretar dados, tomar decisões complexas e liderar processos de mudança, qualquer ferramenta perde grande parte do seu valor”, pontua.

Angela observa que muitas organizações já avançaram em ações de bem-estar e iniciativas voltadas ao clima interno. O próximo passo é evoluir para práticas que realmente impulsionem comportamento, aprendizagem e desempenho. Isso envolve desenvolver lideranças que atuem como formadoras de pessoas, construir ambientes que favoreçam colaboração e autonomia e integrar o desenvolvimento humano às decisões centrais do negócio. Não se trata de iniciativas isoladas, mas de um movimento estruturado que dá sustentação ao crescimento.

Os impactos desse investimento são evidentes. Empresas que dedicam tempo e estrutura ao desenvolvimento das equipes registram ganhos significativos em produtividade, qualidade de entrega e reputação institucional. A retenção de talentos também melhora, já que profissionais tendem a permanecer onde enxergam oportunidades reais de evolução. Angela reforça que, quando alguém sente que seu desenvolvimento é levado a sério, a confiança se fortalece e o desempenho cresce de forma natural.

Ainda existe um desafio importante, que é transformar a valorização das pessoas em prática cotidiana. Isso exige revisão de processos internos, clareza de expectativas e decisões de promoção, reconhecimento e desenvolvimento alinhadas ao que a empresa declara como valor. É um movimento contínuo, que depende de consistência e de responsabilidade compartilhada.

Essa atenção torna-se ainda mais necessária diante das competências que ganham protagonismo em 2026. Comunicação clara, pensamento analítico, adaptabilidade, inteligência emocional e visão sistêmica já não podem ser vistas como complementos. São fundamentos do futuro do trabalho e se desenvolvem em ambientes que estimulam diálogo, experimentação e aprendizagem contínua.

A tendência mostra que 2026 será um ano em que tecnologia e humanidade caminharão juntas. As ferramentas continuarão avançando e ampliando possibilidades, mas são as pessoas que definirão como esse avanço se traduzirá em valor para as organizações. Empresas que reconhecem esse movimento têm mais chances de construir culturas sólidas, ambientes saudáveis e resultados consistentes.

Ao que tudo indica, o próximo ano reforça uma ideia essencial: cuidar das pessoas não é apenas uma boa prática. É uma estratégia inteligente para crescer.