Oposição articula novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes durante recesso

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Líderes convocam deputados para ir a Brasília e prometem suspender férias parlamentares para protocolar ação no Senado

A oposição decidiu transformar o silêncio do recesso em barulho político. Mesmo com as atividades legislativas suspensas, líderes contrários ao governo articulam uma mobilização em Brasília para apresentar um novo pedido de impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

A iniciativa parte da liderança da oposição na Câmara dos Deputados, que planeja interromper oficialmente o recesso parlamentar para protocolar a representação. O novo líder do grupo, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), convocou parlamentares para estarem na capital federal na próxima segunda-feira (29), data marcada para o registro do pedido.

Antes do protocolo, está prevista uma entrevista coletiva às 16h, no Salão Verde da Câmara. Por se tratar de uma acusação contra um ministro da Suprema Corte, o pedido precisa ser encaminhado ao Senado Federal, responsável por analisar eventuais processos de impeachment nesse caso.

Em comunicado divulgado aos parlamentares, a liderança da oposição afirma que a decisão de suspender o recesso ocorre diante do que classifica como um “grave cenário institucional”. Segundo o texto, não seria possível, na avaliação do grupo, permanecer inerte diante da situação, considerada excepcional pelos oposicionistas.

A nova ofensiva ocorre poucos dias após senadores da oposição terem apresentado outro pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes. A representação protocolada na terça-feira (23) se baseia em reportagem do jornal O Globo que relatou contatos entre o ministro e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envolvendo o Banco Master.

Os senadores argumentam que os fatos descritos configurariam conflito de interesses, ao alegar que Moraes teria utilizado o peso institucional do cargo para atuar em favor de interesses privados, tese que será analisada pelo Senado.

Essa não é a primeira vez que a oposição tenta retomar atividades durante o recesso. Em julho, parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pressionaram pela reabertura dos trabalhos após o STF impor medidas cautelares ao ex-chefe do Executivo. Na ocasião, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu reuniões de comissões enquanto durasse o período de recesso.