Com menos brilho da Lua, 2026 promete espetáculo de meteoros no céu brasileiro

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Chuvas de meteoros devem ganhar destaque em 2026 com céu mais escuro (Foto: Reprodução)

Geminidas, Orionídeas e bolas de fogo das Tauridas estão entre os principais eventos do ano

O céu brasileiro promete um espetáculo especial ao longo de 2026. Com menos interferência do brilho da Lua nos principais períodos de atividade, o próximo ano deve oferecer condições especialmente favoráveis para a observação de chuvas de meteoros em várias regiões do país.

A avaliação é do astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do projeto Exoss, rede colaborativa de monitoramento de meteoros parceira do Observatório Nacional (ON/MCTI). A pedido da instituição, o pesquisador elaborou um guia com as principais chuvas previstas para 2026, reunindo tanto os eventos mais conhecidos do calendário astronômico quanto fenômenos pouco observados internacionalmente, mas bem visíveis no Hemisfério Sul.

Entre os destaques está a chuva de meteoros Geminidas, considerada a mais intensa e confiável do ano. O pico está previsto para a noite de 14 de dezembro e, em 2026, ocorrerá sob Lua Crescente, com pouca iluminação natural. Segundo o Exoss, a combinação deve garantir céu escuro durante boa parte da noite, permitindo a observação de até 150 meteoros por hora em locais com baixa poluição luminosa.

Outro evento aguardado é a chuva das Orionídeas, associada aos detritos do cometa Halley. O pico acontece em 21 de outubro, com condições favoráveis porque a Lua se põe antes da madrugada, liberando o céu para a observação do radiante na constelação de Órion. As Líridas, em abril, e as Eta Aquáridas, em maio, também entram no calendário de 2026, embora esta última deva ser prejudicada pelo forte brilho lunar.

O guia elaborado pelo Exoss chama atenção ainda para chuvas pouco monitoradas no cenário internacional, como as Alpha Centaurids, Eta Eridanids e Puppid-Velids. Esses eventos são melhor observados no Hemisfério Sul, o que torna a participação de observadores brasileiros fundamental para ampliar os registros e suprir lacunas nos bancos de dados da Organização Internacional de Meteoros (IMO).

Outro momento esperado do ano será a chamada “temporada das bolas de fogo”, ligada ao Complexo das Tauridas, ativo entre setembro e dezembro. Em novembro, a coincidência dos picos com a Lua Nova deve criar condições ideais para a observação de meteoros lentos e extremamente brilhantes, alguns com luminosidade comparável à do planeta Vênus.