Heroínas da enfermagem doam-se aos pacientes durante a pandemia

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Hoje, 12 de maio, comemora-se o dia internacional do enfermeiro. E o site Enfoque MS preparou alguns relatos de enfermeiras que estão na luta cuidando de seus pacientes

12/05/2020 15h34
Por: Suelen Morales

Hoje é um dia especial, dedicado aos heróis e heroínas da enfermagem. No dia 12 de maio comemorasse o dia internacional do enfermeiro. E neste momento único e delicado causado pela pandemia do vírus COVID-19, são eles que estão na linha de frente auxiliando os médicos e principalmente cuidando e administrando os medicamentos nos pacientes.

Esse cuidado mais próximo das pessoas, cria um elo humanitário que muitas vezes ultrapassa a relação de enfermeiro para paciente, tornando-se um resignificar ou um identificar através do olhar de uma criança, de um idoso, alguém que poderia ser um ente querido.

Esse é o caso da enfermeira Natalie de Melo Nunes, 35 anos, que atua nas unidades 24h de pronto-atendimento na capital. “Não escolhi ser enfermeira, é praticamente um dom familiar. Amo minha profissão o ato de cuidar do próximo e não somente a enfermidade”, conta.

Sobre o trabalho na pandemia, Natalie revela que sente de certa forma medo, mas que o amor pela profissão supera. “Mesmo que na nossa cidade esteja de uma certa forma mais tranquilo; ainda dá medo e receio pois sabemos que o vírus está circulando. Medo de se contaminar ou há quem amamos”, revela.

Mas, com positividade ela segue a lida da enfermagem. “Com toda essa mudança que está ocorrendo na rotina das nossas vidas, tento olhar com positividade e ser uma pessoa melhor. Me sinto honrada exercendo minha profissão e nesses dias difíceis com tantas vidas perdidas por conta da pandemia do covid 19, mesmo estando com o coração partido a enfermagem aprendeu a sorrir com os olhos”, afirma.

Já a enfermeira Rosemeire de 39 anos, conta que escolheu seguir essa profissão depois de cuidar de um ente querido na fase terminal de uma doença.

“A motivação da escolha da profissão foi um problema que saúde do meu irmão que gerou a necessidade de aprender a cuidar dele na fase terminal da doença. Porém não decorrer do curso fui me apaixonando pela profissão desde o momento que soube da história da precursora de enfermagem florence, que em meio a todo preconceito e limitações se dedicou a cuidar dos enfermos”, relembra.

RosRose também se dedica ao furo profissional da orelhinha em recém-nascidos. Mais um exemplo de como a enfermagem é ampla no cuidado lado a lado dos pacientes. E sobre a pandemia, ela acredita que “é mais um problema que venceremos e aprenderemos muito. Mais um inimigo a ser vencido”, diz.

Com sete anos de profissão, a enfermeira Fernanda Guido, 30 anos, dedica-se ao atendimento home care, também conhecida como assistência domiciliar, uma alternativa de hospitalização que consiste no auxilio, avaliação e assistência para com o paciente e até mesmo familiares.

“Primeiramente eu amo cuidar. E no atendimento Home Care é preciso se adaptar ao paciente, aos cuidados que já recebia da família. É um aprender diário com o paciente e a família, que por exemplo, sabe dar um banho melhor que muito enfermeiro”, explica.

Sobre o novo coronavírus e tudo que isso implica, Fernanda também acredita que “ao mesmo tempo em que é compensador pelas vitórias e vidas salvas, ficamos com medo de transmitir esse vírus para quem amamos” finaliza Guido, que também é mãe de três meninas, duas ainda pequenas.

Atuando na Santa Casa de Campo Grande, a enfermeira Saniely Alexandre conta que fez sua escolha inicialmente por curiosidade, “a enfermagem encaixava bem na minha curiosidade. Porém depois que entendi a importância e comecei atuar na área, percebi que nasci para isso, amo levar o cuidado, ajudar pessoas que nem conheço a se recuperar e passar pelo processo de cura de uma maneira leve, levando um pouco de amor e afeto juntamente com meus cuidadacrescenta.

Nesse momento de pandemia, Saniely confessa que “é complicado e aterrorizante atuar.Muita vezes não temos paramento adequado e não podemos deixar de prestar assistência. Aterrorizante pelo mesmo motivo poder contrair o vírus e levar para casa, transmitir para quem amamos ou até mesmo ter que ficar longe deles” pontua.

São com essas histórias que o site Enfoque MS parabeniza a todos os enfermeiros que atuam no mais diverso segmento da profissão. E principalmente pelo abdicar-se e cuidar do próximo.

Sobre a data

A data lembra e homenageia o nascimento da britânica Florence Nightingale uma pioneira da enfermagem moderna, que nasceu em 12 de maio de 1820. Nightingale foi uma jovem que se rebelou contra o papel submisso que as mulheres exerciam na sociedade de sua época, destinadas ao casamento e à maternidade. Por isso, ela se tornou enfermeira (profissão normalmente exercida por frei por freiras). Ela se destacou por organizar e chefiar uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias que partiram para o front da Guerra da Crimeia (1853-1856) onde tratavam dos soldados feridos. Depois, na volta a seu país natal, também desenvolveu grandes esforços para melhorar as condições de tratamentos médicos dados a pobres e indigentes. Além disso, foi ela quem lutou para dar à atividade um caráter profissional, fundando a Escola de Enfermagem do Hospital St. Thomas, que depois receberia seu nome. Lá foram lançadas as bases do ensino de enfermagem e de lá saíram as primeiras enfermeiras diplomadas.

No Brasil, entre 12 e 20 de maio, comemora-se a Semana da Enfermagem, que relembra outra mulher que se dedicou à mesma profissão, pioneiramente, em nossa terra: a baiana Ana Néri (Ana Justina Ferreira Néri). Nascida em 13 de dezembro de 1814, Néri morreu em 20 de maio de 1880. Foi uma mulher de posses, que deixou uma vida tranquila para servir voluntariamente como enfermeira na Guerra do Paraguai (1865-1870), cuidando dos soldados brasileiros na frente de batalha.

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