10/09/2015 11h30
Estátua de madeira mais antiga do mundo é duas vezes mais velha que as pirâmides do Antigo Egito
Jornal Ciência
Isso significa que o notável Shigir Idol, que é coberto em ‘código criptografado’, pode ser uma mensagem do homem antigo. Esta é, de longe, a mais antiga escultura de madeira do mundo.
Estudos anteriores haviam dito que a estátua tinha 9.500 anos, mas, na verdade, é um milênio e meio mais velho, de acordo com a mais recente pesquisa feita pelos cientistas alemães. Em comparação, o Stonehenge remonta 4.614 anos. A escultura de madeira russa também tem, por exemplo, o dobro da idade das pirâmides egípcias.
“Podemos dizer que os resultados são sensacionais”, disse um porta-voz do Museu de História Regional de Sverdlovsk, ao jornal The Siberian Times. O museu disse que a datação foi feita utilizando a tecnologia mais sofisticada do mundo, feita para acabar com as dúvidas sobre a idade do ídolo.
O ídolo foi escavado de uma turfeira, nos Montes Urais, da Rússia, em 1890. “A primeira tentativa de datar o ídolo foi feita 107 anos depois de sua descoberta, em 1997. A primeira análise de radiocarbono disse que a estátua tinha 9.500 anos de idade, o que levou a disputas posteriores na comunidade científica. Para excluir dúvidas, e para tornar os resultados conhecidos e aceitos, foi tomada a decisão de usar as tecnologias mais modernas para datar novamente. A pesquisa foi conduzida em Mannheim, na Alemanha, em um dos laboratórios mais avançados do mundo, utilizando Espectrometria de Massa Acelerada, em sete amostras”.
A fonte também concluiu que o Big Shigir Idol é a escultura de madeira mais antiga do mundo e uma notável descoberta, sendo uma pesquisa chave para entender a arte euroasiática. A turfeira – um tipo de solo – preservou o ídolo ‘como se estivesse em uma cápsula do tempo’, na periferia ocidental da Sibéria. O antigo monumento possui 2,8 metros de altura, mas originalmente tinha 5,3 metros, tão alto quanto uma casa de dois andares. Na era soviética, dois metros do antigo artefato desapareceram, embora desenhos foram feitos dele pelo arqueólogo pré-revolucionário Vladimir Tolmachev.
Mikhail Zhilin, pesquisador-chefe da Academia de Ciências da Rússia, do Instituto de Arqueologia, ficou entusiasmado com a possibilidade de analisar o ídolo. “O ornamento é coberto com nada além de informações criptografadas. As pessoas estavam passando conhecimento futuro, com a ajuda do ídolo. Enquanto as mensagens permanecem ‘um mistério absoluto para o homem moderno’, ficou claro que os criadores da figura viviam em total harmonia com o mundo, com desenvolvimento intelectual avançado, e um mundo espiritual complicado”, disse ele.
As marcas e hieróglifos poderiam ter vários significados para os antigos, que deram ao ídolo sete faces, das quais apenas uma é tridimensional, dizem acadêmicos.
“Se estas são imagens de espíritos que habitavam o mundo humano em tempos antigos, a posição vertical das figuras (um acima do outro) provavelmente se relacionam com a sua hierarquia”, disse o autor Petr Zolin, citando o trabalho científico feito por Svetlana Savchenko, mantenedor chefe do Shigir Idol, e Zhilin. “Imagens nos planos frontal e traseiro do ídolo, possivelmente indicam que eles pertencem a mundos diferentes. Se houver mitos sobre a origem do homem e do mundo retratado, o arranjo vertical das imagens pode refletir a sequência de eventos. Ornamentos podem ser sinais especiais que marcam algo significativo”, completou.

