A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, para excluir perfis que comercializam ilegalmente produtos utilizados na fabricação de bebidas alcoólicas falsificadas. Entre os itens vendidos estão lacres, tampas, rótulos e garrafas, muitas vezes com falsos “selos da Receita Federal”.
A notificação, emitida neste domingo (5), concedeu à Meta um prazo de 48 horas para informar as providências adotadas para identificar e moderar conteúdos ilícitos. Segundo a AGU, os anúncios são ofertados em grupos e comunidades com milhares de participantes, com entrega em todo o país e venda em larga escala.
O alerta surge em meio a um aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil. De acordo com boletim do Ministério da Saúde, até sábado (4), foram confirmados 14 casos relacionados ao consumo de bebida adulterada, e outros 181 casos estão sob investigação.
A intoxicação por metanol é considerada emergência médica grave. Quando ingerido, o metanol é transformado em compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, capazes de causar cegueira irreversível e até a morte.
Os sintomas iniciais incluem dor abdominal, náuseas, vômitos, tontura, sonolência e visão turva. Em estágios mais avançados, podem ocorrer convulsões, coma e parada respiratória. Para conter a emergência, o Ministério da Saúde confirmou a compra de 2.500 ampolas do antídoto para tratamento das intoxicações.
A AGU reforça que a atuação conjunta com plataformas digitais é essencial para impedir a circulação de produtos que representam risco à saúde pública, enquanto as autoridades de saúde alertam sobre a gravidade do consumo de bebidas adulteradas.
