O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que exerce interinamente a Presidência da República durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos, lamentou nesta quarta-feira (24) a morte das quatro vítimas da queda de um avião de pequeno porte no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Entre os mortos está o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, 62 anos, referência mundial por ter criado o conceito de “cidades-esponja”, além dos documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., e o piloto e proprietário da aeronave, Marcelo Pereira de Barros.
“Recebi com tristeza a notícia da queda de um avião, no Pantanal, que vitimou o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr.”, publicou Alckmin em uma rede social.
Ele destacou a relevância internacional do arquiteto, que esteve recentemente em São Paulo, como uma das principais atrações da Bienal de Arquitetura, e que visitava o Pantanal em missão profissional.
“O professor Yu se notabilizou pela criação do conceito de ‘cidades-esponja’, com contribuições notáveis para o urbanismo sustentável, a preservação da biodiversidade e a proteção do planeta. Seu legado continuará inspirando todos que se dedicam à causa ecológica. Meus mais profundos sentimentos aos familiares de Yu e ao povo chinês, assim como aos amigos e parentes dos cineastas e do piloto Marcelo Pereira de Barros”, escreveu.
Documentário interrompido
O arquiteto estava em Mato Grosso do Sul desde sábado (20) para gravações do documentário “Planeta Esponja”, acompanhado pelos dois cineastas brasileiros. O grupo retornaria a Campo Grande quando aconteceu o acidente.
A produção audiovisual abordaria o conceito de cidades-esponja, no qual Yu defendia a convivência harmônica com a água, criando áreas verdes, jardins alagáveis e parques capazes de reduzir enchentes, recarregar aquíferos e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
O acidente
A aeronave, um Cessna Aircraft 175, prefixo PT-BAN, fabricada em 1958, caiu no final da tarde de terça-feira (23) em uma área rural de Aquidauana, a 141 quilômetros de Campo Grande. O local, de difícil acesso, já foi usado como cenário nas gravações da novela Pantanal.
De acordo com informações preliminares, o piloto pode ter tentado uma arremetida — manobra em que o pouso é abortado para que a aeronave volte a ganhar altitude —, mas o avião perdeu força e explodiu ao atingir o solo. Os corpos ficaram carbonizados e deverão passar por exames de DNA para identificação oficial.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a aeronave tinha registro de operação negado para atuar como táxi aéreo. O caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
