Uma ação de fiscalização da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) encontrou pelo menos 30 casas vendidas ou alugadas no Condomínio Residencial Rui Pimentel I e II, localizados no bairro Jardim Centro Oeste, em Campo Grande, na mesma região onde foi entregue ha alguns dias o Residencial Jardim Canguru, em ato que contou com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro.
De acordo com a Agência Municipal, após as constatações serem registradas, os casos são enviados para a Caixa Econômica Federal, que é a responsável pelo empreendimento. Entre as punições estão desde processo judicial a até mesmo a perda da casa própria. “Encaminhamos um ofício para a Caixa dos últimos levantamentos para que possam dar um posicionamento. Agora, estamos aguardando quais serão as providências tomadas”, explicou o diretor de atendimento, administração e finanças da Amhasf, Cláudio Marques Costa Júnior.
Residencial Rui Pimentel
O Rui Pimentel foi entregue em 2019, sendo que na unidade I são 120 moradias de 38,36 metros quadrados de área e outras quatro de 40,12 metros quadrados, todas compostas por dois quartos, sala, cozinha e banheiro. O valor total da obra do Residencial Rui Pimentel I teve o custo de R$ 7.265.167,41. No Rui Pimentel II são 132 casas de 38,36 metros quadrados e quatro casas com 40,12 m², também com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. No total, foram investidos R$ 8.400.525,00.
A obra foi contratada através do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, ainda no ano de 2012, porém, ficaram paradas durante mais de 4 anos devido a empreiteira contratada à época pelo agente financeiro e detentor legal deste empreendimento (Caixa Econômica Federal) ter decretado a falência com cerca de 90% das obras concluídas. No dia 2 de abril de 2019 as obras foram retomadas e entregues no mês de agosto daquele ano.
Apartamentos à venda no Residencial Jardim Canguru

Inaugurado no dia 30 de junho, o Residencial Jardim Canguru, que também fica no bairro Jardim Centro Oeste, surpreendeu ao ter apartamentos colocados à venda logo após a entrega das chaves aos 300 beneficiários. Na ocasião, algumas unidades foram negociadas através das redes sociais por preços bem abaixo do valor de mercado, além disso, os proprietários também estavam dispostos a fazer acordos recebendo motocicletas e outros objetos de valor para repassar o apê.
Apesar dos fatos registrados até mesmo pela imprensa, a Amhasf garantiu que até agora nenhuma pessoa que não esteja na lista dos beneficiários do programa de moradia social da Prefeitura se instalou no residencial. “Não identificamos nenhuma irregularidade no Residencial Canguru. Lá, só entraram famílias que realmente precisavam de moradia e não encontramos indícios de que estes moradores estavam negociando os imóveis”, informou o diretor Cláudio Junior.