A partir desta segunda-feira (1º), as contas de energia elétrica em todo o país terão acréscimo de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, com a manutenção da bandeira vermelha patamar 2, anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor já vinha sendo aplicado em agosto e segue vigente neste mês de setembro.
Segundo a Aneel, a medida é necessária devido à estiagem, que mantém os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia do país, abaixo da média histórica. Para suprir a demanda, há maior acionamento das usinas termelétricas, cuja geração é mais cara, justificando o adicional na tarifa.
Alan Henn, CEO da Voltera, estima que o impacto médio nas contas de energia seja de cerca de 13%. “O setor elétrico ainda vive momentos de pressão, puxado pelo clima e pelas regras do mercado, enquanto o consumo de energia continua crescendo e a seca desafia a produção. Com isso, o risco de novas prorrogações das bandeiras segue no radar”, disse.
Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias
Criado em 2015, o sistema funciona como um semáforo que sinaliza o custo real da geração de energia no país:
- Bandeira Verde: condições favoráveis, sem acréscimo na tarifa.
- Bandeira Amarela: condições menos favoráveis, acréscimo de R$ 2,00 a cada 100 kWh.
- Bandeira Vermelha – Patamar 1: condições mais custosas, acréscimo de R$ 4,16 a cada 100 kWh.
- Bandeira Vermelha – Patamar 2: condições críticas, acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh.
O valor arrecadado com a bandeira é repassado às empresas de energia para cobrir os custos extras de geração, evitando que o impacto seja diluído permanentemente nas tarifas.
Este é o terceiro mês consecutivo com bandeira vermelha: em junho e julho vigorou o patamar 1, e desde agosto permanece no patamar 2. A Aneel reforça a importância do uso consciente de energia, destacando que a economia também contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico.