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domingo, 16 de novembro, 2025
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Ao completar 5 anos, Pix terá novo sistema contra fraudes a partir de 23 de novembro

Nova versão do MED permitirá bloquear dinheiro em várias contas envolvidas e ampliar devoluções em até 11 dias

O Pix ganhará um reforço importante na segurança a partir do dia 23 de novembro. Uma atualização do Mecanismo Especial de Devolução (MED 2.0) permitirá ao Banco Central e às instituições financeiras rastrear o caminho completo do dinheiro envolvido em fraudes, bloqueando valores não apenas na primeira conta que recebe o recurso, mas também em contas intermediárias utilizadas pelos golpistas.

Segundo o Banco Central (BC), a mudança deve acelerar e ampliar a recuperação dos valores roubados, permitindo que o dinheiro seja devolvido às vítimas em até 11 dias após a contestação.

A novidade chega na semana em que o Pix completa cinco anos de funcionamento, neste domingo (16). Criado em 2021, o MED atual só permite rastrear e bloquear recursos na conta que recebe o valor inicialmente — o que acaba sendo insuficiente, já que golpistas costumam distribuir rapidamente os recursos para diversas contas.

Rastreamento em camadas

Em transmissão ao vivo, o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Dias de Brito Gomes, exemplificou como o MED 2.0 funcionará. “A conta recebedora manda R$ 50 para um lado e R$ 50 para o outro. Cada conta que recebe faz novas transações. Agora será possível criar essa ‘árvore’ de movimentações, alcançando várias camadas e bloqueando valores com muito mais facilidade”, explicou.

A funcionalidade será opcional para os bancos até 2 de fevereiro de 2026, quando passa a ser obrigatória.

Devoluções já passam de R$ 1,5 bilhão

Desde sua criação, o Pix já devolveu mais de R$ 1,5 bilhão a vítimas de golpes, fraudes, erros ou transferências sob coerção.

Somente nos sete primeiros meses de 2025, as devoluções somam R$ 377,4 milhões.

Valores devolvidos por ano:

  • 2021: R$ 3,8 milhões
  • 2022: R$ 191,1 milhões
  • 2023: R$ 389,1 milhões
  • 2024: R$ 561,5 milhões
  • 2025 (até julho): R$ 377,4 milhões

Como contestar uma transação

Desde 1º de outubro, contestar um Pix suspeito ficou mais simples: o cliente pode usar o botão de contestação no aplicativo do banco, sem precisar falar com atendentes.

Passo a passo:

  1. Cliente aciona o botão de contestação no app.
  2. Banco do golpista bloqueia os valores disponíveis.
  3. As instituições têm até 7 dias para analisar o caso.
  4. Se confirmada a fraude, o dinheiro é devolvido em até 11 dias.

A ferramenta vale apenas para golpes, fraudes e crimes. Não se aplica a erros do usuário nem a desacordos comerciais.

Como funciona o MED

O MED pode ser aberto de duas maneiras:

  • Pelo app, na área Pix;
  • Diretamente pelo extrato, selecionando a transação contestada.

Documentos e provas — como prints e boletins de ocorrência — poderão ser anexados após a abertura do processo.

Outras mudanças recentes no Pix

  • 1º de outubro: botão de contestação ativo nos aplicativos.
  • 4 de outubro: BC passou a bloquear chaves Pix usadas para golpes.
  • 13 de outubro: Pix Automático se tornou obrigatório em débitos interbancários para empresas não autorizadas pelo BC.

A partir de 23 de novembro

  • Rastreio completo das transações suspeitas.
  • Compartilhamento de dados entre instituições.
  • Bloqueio em contas intermediárias.
  • Devolução ampliada em até 11 dias.

Novidades previstas para o Pix

  • Pix Parcelado (com crédito para parcelar transações).
  • Pix em Garantia (previsto para 2026).
  • Pix por aproximação (já disponível).
  • Boletos com QR Code pelo Pix.
  • Pix Automático para pagamentos recorrentes.

As alterações mostram o esforço do Banco Central em fortalecer a segurança do sistema, hoje o meio de pagamento mais utilizado do país.

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