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quinta-feira, 9 de outubro, 2025
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Após morte de arquiteto Kongjian Yu, Capital tem PL com diretrizes para se tornar ‘cidade-esponja’

Campo Grande pode se transformar em uma ‘cidade-esponja’, modelo de planejamento urbano que utiliza soluções baseadas na natureza para absorver, reter e liberar água da chuva, tornando mais resiliente as inundações e outros desafios climáticos.

A proposta (PL 11.663/2025) será discutida e votada pela Câmara Municipal na sessão desta terça-feira (06). A matéria instituí o conceito da ‘cidade-esponja’ e traz diretrizes para a mitigação de enchentes e o aprimoramento da drenagem sustentável.

O objetivo é promover a adoção de soluções sustentáveis para o gerenciamento das águas pluviais, visando reduzir alagamentos e enchentes na Capital. Este é um dos problemas recorrentes sempre que uma chuva volumosa ocorre.

Entre as medidas listadas estão aumentar a permeabilidade do solo urbano para facilitar a infiltração da água e reduzir a sobrecarga das redes de drenagem tradicionais, minimizando enchentes.

Devem ser ampliadas as áreas verdes e espaços de retenção hídrica para equilibrar o ciclo da água; melhorar a qualidade da água com práticas de filtragem e reuso sustentável; e contribuir para a redução do efeito de ilha de calor e melhorar o microclima urbano.

O PL cita ainda que a implementação destas diretrizes poderá ocorrer por meio de ações como a criação de áreas permeáveis, jardins de chuva, telhados verdes, pavimentos drenantes e outras soluções de infraestrutura verde.

Cidade-esponja

[cidades-esponja] Parque Yongning, na cidade de Taizhou, na China, parque alagável que substituiu barreiras de concreto nas margens do rio — Foto: Turenscape/Divulgação
[cidades-esponja] Parque Yongning, na cidade de Taizhou, na China, parque alagável que substituiu barreiras de concreto nas margens do rio — Foto: Turenscape/Divulgação

Cidades como Harbin, Jinhua e Wuhan, na China, já implementam princípios de cidades-esponja, e outras metrópoles como Berlim (Alemanha), Copenhague (Dinamarca), Singapura e Nova York também já adotam essas estratégias.

O conceito se baseia em transformar o ambiente urbano para que ele funcione como uma esponja natural, utilizando elementos como telhados verdes, pavimentos permeáveis e jardins de chuva para gerenciar a água e infiltrá-la no solo, reabastecendo lençóis freáticos.

Benefícios das cidades-esponja:

  • Prevenção de enchentes: Ao absorver a água em excesso, o modelo reduz o volume de água que pode causar inundações nas áreas urbanas. 
  • Combate à escassez de água: A infiltração da água no solo ajuda a reabastecer os aquíferos e lençóis freáticos, garantindo um suprimento de água mais sustentável. 
  • Aumento da resiliência climática: As cidades se tornam mais adaptáveis a eventos climáticos extremos e menos previsíveis. 
  • Melhora do ambiente urbano: As soluções naturais promovem a biodiversidade, sequestram carbono e melhoram a qualidade do ar e do solo, criando cidades mais habitáveis.

O conceito da cidade-esponja ganhou notoriedade mundial através do arquiteto chinês Kongjian Yu. Em seus projetos, parques e áreas verdes funcionam como esponjas, absorvendo o excesso de chuva e reduzindo enchentes.

Yu foi uma das vítimas do acidente aéreo ocorrido na noite do dia 23 de setembro no pantanal de Aquidauana. Na ocasião, ele sobrevoou a região junto dos documentaristas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. quando a aeronave caiu.

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