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quarta-feira, 1 de outubro, 2025
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Artista douradense Damata tem obras selecionadas em edital nacional de artes visuais

A artista douradense Maria Carolina Ferreira de Sousa, conhecida como Damata, conquistou um importante reconhecimento no cenário cultural: duas de suas obras foram selecionadas no edital da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), na categoria de artes visuais, e agora passam a integrar o acervo da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

As produções unem fotografia e colagem digital — resultado de um processo criativo que mescla imagens documentais e intervenções visuais, impressas em placas de MDF. Segundo Damata, o reconhecimento carrega um significado especial por se tratar de peças que nasceram da sua primeira exposição física, “Ta’arô”, apresentada em 2023, dentro da temporada Sucata Cultural.

“Passei na categoria de fotografia com duas obras, o que para mim é muito especial, pois elas integram a minha primeira exposição física. Ta’arô foi um projeto que marcou a minha trajetória e agora ganha esse reconhecimento público”, destacou a artista.

O simbolismo de Ta’arô

O nome da mostra, Ta’arô, significa “esperar o futuro” em guarani e surgiu de pesquisas realizadas por Damata durante sua graduação em Gestão Ambiental. A vivência acadêmica em reservas indígenas, assentamentos e comunidades ribeirinhas de Mato Grosso do Sul inspirou sua produção artística, resultando em um acervo que dialoga com temas de restauração socioambiental, identidade cultural e protagonismo indígena.

“A curiosidade e a entrega genuína das crianças e adolescentes nessas ações foram centrais no meu processo criativo. Obras como Curumim e a peça principal da mostra representam a força da comunidade indígena e são homenagens às raízes que me constituem”, afirmou.

Última amostragem e doação de obras

Damata anunciou ainda que a mostra terá sua última amostragem em breve, em uma aldeia de Dourados. Após a exibição, quatro obras serão doadas a grupos e associações indígenas da cidade, gesto que, segundo a artista, simboliza um retorno às comunidades que inspiraram sua trajetória.

“O ingresso de duas obras no acervo da Fundação de Cultura encerra um ciclo com mérito, enquanto as outras quatro seguirão inspirando diretamente a comunidade indígena de Dourados”, disse.

Reconhecimento estadual

No edital estadual, apenas seis artistas foram selecionados na categoria fotografia. Damata conquistou o segundo lugar, consolidando-se como um dos nomes de destaque das artes visuais em Mato Grosso do Sul.

Ta’arô abriu caminhos que nunca imaginei, como integrar a programação do Festival de Inverno de Bonito. Foi um projeto que fortaleceu minha retomada cultural e meu caminho como artivista, aproximando-me ainda mais das minhas origens indígenas”, concluiu.

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