Se você costuma reclamar dos preços das passagens aéreas, talvez uma solução esteja a caminho — embora não exatamente confortável. Uma empresa italiana apresentou o Skyrider 2.0, um conceito de assento que permite que os passageiros viagem praticamente em pé, prometendo reduzir custos e tornar os voos mais acessíveis, principalmente nas companhias de baixo custo.
O projeto, desenvolvido pela Aviointeriors, especialista em design de interiores para aeronaves, sugere que o Skyrider 2.0 pode aumentar a capacidade de passageiros em até 20% nos aviões, além de reduzir o peso das aeronaves — cada assento pesa metade de um convencional, o que também implica em menor consumo de combustível.
O conceito não é exatamente novo. Surgiu pela primeira vez em 2012 e, desde então, gera polêmica sempre que reaparece. Agora, com um protótipo físico já construído na sede da empresa, na cidade de Latina, na Itália, o projeto voltou a chamar a atenção, embora esteja longe de ser implementado nas rotas comerciais.

Como funciona?
O Skyrider 2.0 não oferece exatamente um “assento”. Nele, o passageiro fica inclinado a cerca de 45 graus, apoiando parte do peso nas pernas e nos músculos do core — ou seja, exige preparo físico. A estrutura lembra um banco de bicicleta acolchoado, com suporte para as costas e, sim, um cinto de segurança.
A ideia é que o modelo seja utilizado em voos de curta duração, de até duas horas, oferecendo uma alternativa mais barata, já que ocupa menos espaço e permite mais passageiros por voo.
O conforto… bem, sobre isso
Um porta-voz da empresa admitiu que, apesar de funcional, o nível de conforto é questionável. Funcionários da própria Aviointeriors testaram o assento e, embora não tenham dado detalhes, a hesitação na resposta sobre o conforto diz muito.
Ainda assim, companhias aéreas de baixo custo da Espanha e do Leste Europeu teriam demonstrado interesse, embora nenhuma confirmação oficial tenha sido feita. O sempre polêmico CEO da Ryanair, Michael O’Leary, chegou a afirmar, anos atrás, que gostaria de instalar até 10 fileiras desse tipo de assento e vender bilhetes por valores simbólicos, como £1 (cerca de R$ 7,60).
E as regras de segurança?
Por enquanto, a proposta esbarra nas rigorosas regulamentações de segurança da aviação. Segundo as normas atuais, passagens com “assento em pé” ainda não podem ser comercializadas, o que adia, por tempo indeterminado, qualquer possibilidade de adoção do Skyrider 2.0.
Se a ideia vai mesmo decolar, ainda não se sabe. Por enquanto, o projeto serve mais como um exercício de provocação no design, desafiando os limites do que pode ser o futuro — ou não — das viagens de baixo custo.