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quinta-feira, 31 de julho, 2025
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Bandeira vermelha 2 encarece energia e pode impactar inflação de agosto

Serão cobrados R$ 7,87 a mais para cada 100 kWh consumidos a partir de agosto

O bolso do consumidor sentirá um novo peso a partir de agosto com o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, anunciado nesta sexta-feira (25) pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A medida, que eleva em R$ 7,87 a conta de luz a cada 100 kWh consumidos, deve pressionar a inflação no mês, mesmo em um cenário de expectativa de deflação.

Segundo cálculo da economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, o impacto da nova tarifa pode acrescentar 0,15 ponto percentual ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto. Atualmente, a energia elétrica residencial representa 3,90% da composição do índice.

No boletim Focus divulgado na última segunda-feira (21), o mercado previa uma deflação de 0,04% para o mês, puxada principalmente pela queda nos preços dos alimentos. Apesar do reajuste na energia, Argenta avalia que o impacto não deve reverter totalmente o cenário de baixa inflacionária.

“Acredito que a alta não seja tão intensa porque algumas casas já consideravam esse cenário”, pontua a economista.

A próxima atualização do boletim Focus, com novas estimativas para a inflação e os demais indicadores econômicos, será divulgada na segunda-feira (28) pelo Banco Central. Também deve influenciar as projeções o IPCA-15 de julho, que será divulgado nos próximos dias.

Energia mais cara por escassez hídrica

A bandeira vermelha patamar 2 é a mais cara entre as faixas tarifárias estabelecidas pela Aneel e não era acionada desde outubro de 2024. A agência justificou a mudança pelo cenário de afluências — volume de chuvas nos reservatórios — abaixo da média em praticamente todo o país e pela consequente necessidade de ativação das usinas termelétricas, que geram energia a um custo mais elevado.

Desde junho, já estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, reflexo da redução nos níveis de água dos reservatórios das hidrelétricas. “Esse quadro tende a elevar os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais onerosas para geração, como as usinas termelétricas”, informou a Aneel.

Em nota, a agência reforçou a importância do uso consciente da energia elétrica. “O consumidor deve manter-se ciente da importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica”, alertou o órgão regulador.

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