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sábado, 5 de julho, 2025
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Bebês reborn: hobby é aceito por 71% dos brasileiros, mas uso público é criticado

Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Real Time Big Data entre os dias 1º e 2 de julho de 2025 aponta que 71% dos brasileiros consideram legítimo o hobby de cuidar de bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos. Apesar da ampla aceitação como passatempo, o levantamento também revela que há limites bem definidos para esse tipo de prática.

Quando questionados sobre situações em que pessoas levam os bonecos para hospitais, consultas médicas ou outros serviços públicos, 98% dos entrevistados disseram ser contra esse comportamento. Apenas 2% aprovaram esse tipo de atitude, indicando que, embora o interesse pelo universo dos reborns cresça, seu uso em contextos da vida real ainda causa estranhamento.

Hobby conhecido, mas ainda restrito

Segundo o levantamento, 67% da população brasileira já ouviu falar sobre os bebês reborn. O grau de conhecimento é maior entre pessoas com ensino superior e entre os mais jovens. Do total de entrevistados, 41% têm até o ensino fundamental completo, 43% concluíram o ensino médio e 16% possuem nível superior.

A pesquisa ouviu mil pessoas em todas as regiões do país, com uma margem de erro de três pontos percentuais. A distribuição regional dos entrevistados foi equilibrada: 42% no Sudeste, 28% no Nordeste, 15% no Sul, 8% no Norte e 7% no Centro-Oeste. A maioria dos participantes pertence às classes sociais C2 e D, que juntas somam 57% da amostra.

O que são os bebês reborn?

Com aparência extremamente realista, os bebês reborn são confeccionados com técnicas artesanais que reproduzem detalhes como textura da pele, peso corporal e até batimentos cardíacos simulados. A prática surgiu durante a Segunda Guerra Mundial e foi aprimorada nos anos 1990, especialmente nos Estados Unidos.

No Brasil, o mercado está em franca expansão. Segundo a revista Forbes, algumas lojas especializadas conseguem faturar até R$ 40 mil por mês com a venda desses bonecos e acessórios relacionados. O preço de um reborn pode variar entre R$ 1.500 e R$ 9 mil, dependendo do nível de realismo e personalização.

Redes sociais e polêmicas

O crescimento do interesse por reborns também se reflete nas redes sociais, onde influenciadores compartilham vídeos com “partos simulados” e rotinas diárias com os bonecos. Um dos casos mais comentados foi o da influenciadora Carol Sweet, cujo vídeo com um parto encenado superou milhões de visualizações, gerando debates sobre os limites entre afeto, fantasia e exagero.

Entre a arte e a realidade

Embora a maioria reconheça o reborn como uma forma válida de expressão ou terapia, o uso desses bonecos em situações reais, como atendimentos médicos ou repartições públicas, encontra resistência. Para especialistas, o fenômeno aponta para uma mistura complexa entre arte, saúde mental e comportamento social.

O estudo reforça que, apesar do crescimento do público adepto aos reborns, a aceitação plena do hobby ainda esbarra em barreiras culturais e práticas — especialmente quando o brinquedo ultrapassa o ambiente privado e invade espaços públicos.

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