Equipe médica realizou procedimento anestésico para tentar controlar o quadro
Entre curativos, fisioterapia e monitoramento constante, um incômodo inesperado passou a fazer parte da recuperação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Internado há quatro dias após cirurgia de hérnia, ele precisou passar por um procedimento adicional neste sábado (27) para tentar controlar uma crise persistente de soluços, que tem causado desconforto, mas não está relacionada à operação.
Segundo a equipe médica, Bolsonaro foi submetido a um bloqueio anestésico do nervo frênico, técnica que consiste na aplicação de anestésico para interromper os estímulos responsáveis pelos soluços. O procedimento foi realizado com sucesso no lado direito, mas ainda será necessário período de observação para avaliar a eficácia. Uma segunda aplicação, no lado esquerdo, está prevista para a próxima segunda-feira (29).
De acordo com os médicos, a intervenção não é considerada cirúrgica e não altera a previsão de alta, estimada entre cinco e sete dias após a operação. “A gente mantém a expectativa de alta de 5 a 7 dias”, afirmou o cirurgião Cláudio Birolini, que acompanha o ex-presidente. Ele destacou ainda que o pós-operatório da hérnia evolui conforme o esperado, com cuidados de fisioterapia e troca de curativos.
Após a alta hospitalar, a previsão é de que Bolsonaro continue sendo monitorado e retorne para a cela da Polícia Federal, onde está preso desde 22 de novembro.
Crise de soluços
Os episódios de soluços vêm sendo relatados por familiares desde o início do mês. Há cerca de uma semana, o vereador Carlos Bolsonaro afirmou que o pai chegou a apresentar mais de 90 soluços por hora, classificando o quadro como persistente.
Inicialmente, a equipe médica avaliou a possibilidade de realizar o bloqueio durante a cirurgia de hérnia, mas optou por intensificar o tratamento medicamentoso. A estratégia, no entanto, não surtiu o efeito esperado.
“A nossa proposta inicial era otimizar o tratamento clínico ao máximo possível com os medicamentos disponíveis. Isso foi feito desde o início da internação, mas a resposta não foi como esperávamos. Ontem ele teve uma crise de soluço muito prolongada, mais intensa, que o incomodou profundamente, inclusive para dormir”, explicou o cardiologista Brasil Caiado.
Cirurgia de hérnia
Bolsonaro foi internado para realizar uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, condição associada à fragilidade dos tecidos da região abdominal, que pode provocar inchaço, dor e desconforto, especialmente durante esforços físicos. O procedimento foi considerado bem-sucedido pela equipe médica.
No pós-operatório, o ex-presidente segue em fisioterapia e recebe medicação preventiva contra trombose. A expectativa é de que o período total de internação seja de aproximadamente uma semana.




















