Bolsonaro pede para fazer uso de antidepressivo, dizem médicos

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O ex-presidente Jair Bolsonaro está internado em hospital de Brasília (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro pediu para fazer uso de remédio antidepressivo, afirmaram os médicos do ex-presidente em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (31). Segundo os profissionais, ele não está feliz e fica ainda mais abatido em meio a crises longas de soluço.

Do Hospital DF Star, em Brasília, o cirurgião Cláudio Birolini e o cardiologista Brasil Caiado afirmaram a jornalistas que Bolsonaro já iniciou o tratamento e que o remédio deve começar a surtir efeito dentro de alguns dias. Eles não mencionaram o nome do medicamento ou a dosagem administrada.

Apesar do humor, os médicos afirmaram que Bolsonaro está mais “disciplinado” e que vem seguindo todas as recomendações dos profissionais. Ele estaria seguindo uma alimentação mais “adequada” e “fracionada”, e evitando hábitos como deitar depois de comer, que podem desencadear ou piorar os soluços.

Bolsonaro está internado desde o último dia 24, quando foi transferido da Superintendência da Polícia Federal (PF) para o hospital. Ele passou por uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, no dia 25, e foi submetido a outros procedimentos. A expectativa é de que o ex-presidente tenha alta na quinta-feira (1º), pela manhã.

Nos sete dias em que esteve internado, Bolsonaro foi submetido ainda a bloqueios do nervo frênico, responsável por enviar os comandos do cérebro ao diafragma, principal músculo da respiração. Ele também passou por exame de endoscopia, que apontou gastrite e esofagite erosiva. Os médicos acreditam que esta última é a causadora dos soluços.

Segundo os médicos, os bloqueios são tudo o que pode ser feito neste momento para controlar o problema, que persiste há meses. Os procedimentos não interromperam totalmente as crises, mas trouxeram novos elementos que vão permitir um manejo mais adequado dessas crises daqui para frente, disseram os médicos.

“Ontem [terça-feira], após o procedimento do bloqueio do nervo, houve outro pico hipertensivo. Usamos novamente medicações endovenosas dentro do centro cirúrgico, mas, no decorrer da noite, ele estabilizou, apresentou uma melhora do soluço”, afirmou Brasil.

“Isso mostra que a forma e a modificação do medicamento começou a surtir efeito, mas nós precisamos de um pouco mais de tempo. A evolução nesses casos geralmente é mais lenta, mas nas primeiras 24 horas nós já obtivemos essa resposta positiva”, acrescentou.

*Por SBT News