Defesa cita ambiente inadequado e barulho de gerador; perícia médica será decisiva para próximos passos
O Supremo Tribunal Federal (STF) avalia a possibilidade de transferir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Superintendência da Polícia Federal em Brasília para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como “Papudinha”, no Complexo Penitenciário da Papuda. A mudança é estudada após a defesa apontar que o atual local de custódia não oferece condições adequadas para o tratamento de saúde do ex-mandatário.
Entre as reclamações apresentadas estão dores de cabeça causadas pelo barulho constante de um gerador próximo à cela, onde Bolsonaro cumpre pena em regime fechado. A defesa sustenta que o batalhão ofereceria um ambiente mais adequado e seguro para o acompanhamento médico necessário.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal realize uma perícia médica em até 15 dias para avaliar o estado clínico do ex-presidente. O exame deve confirmar se são necessários procedimentos cirúrgicos indicados pela defesa, incluindo a correção de uma hérnia inguinal e internações curtas para tratar crises recorrentes de soluços, problemas que acompanham Bolsonaro desde o atentado sofrido em 2018.
Na decisão, Moraes destacou que o exame de corpo de delito realizado no dia da prisão não indicou necessidade de intervenção médica imediata e reforçou que o ex-presidente recebe atendimento médico contínuo desde então. Atualmente, Bolsonaro cumpre pena em uma cela de 12 metros quadrados, equipada com cama de solteiro, armário, mesa, frigobar, televisão, ar-condicionado, banheiro privativo e janela.
Em visita à Superintendência da PF, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança da Câmara, criticou as condições de custódia do ex-presidente, afirmando que ele permanece em regime semelhante ao isolamento por 22 horas diárias, podendo sair apenas por duas horas.
Na sexta-feira (12), Carlos Bolsonaro (PL) divulgou um vídeo em que o ex-presidente aparece soluçando enquanto dorme, descrevendo o quadro de saúde do pai como agravado e alertando para risco de broncoaspiração devido ao refluxo constante. “Sem cuidados médicos contínuos e um ambiente adequado, estamos diante de uma tragédia anunciada”, afirmou.
O pedido oficial de transferência ainda não foi protocolado, e o resultado da perícia médica será determinante para os próximos passos da custódia de Jair Bolsonaro.




















