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domingo, 23 de novembro, 2025
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Bolsonaro se mostra fora da cela após visita de Michelle à Polícia Federal

Ex-presidente manteve prisão preventiva e defesa cita confusão mental causada por medicamentos como justificativa para manipulação da tornozeleira eletrônica

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu fora da cela neste domingo (23), após receber a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. A visita ocorreu por volta das 15h e se estendeu até cerca de 16h50, sendo autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, com prazo máximo até 17h.

Foi a primeira aparição de Bolsonaro desde sua detenção preventiva, determinada na manhã do último sábado (22) por violação da tornozeleira eletrônica. A prisão, segundo decisão de Moraes, deveria ocorrer sem uso de algemas e sem exposição pública do ex-presidente.

Audiência de custódia e explicações de Bolsonaro

Ainda neste domingo, Bolsonaro passou por audiência de custódia, que manteve sua prisão preventiva. Durante o depoimento, o ex-presidente alegou ter sofrido um episódio de “certa paranoia” entre sexta-feira (21) e sábado (22), causado por interações inadequadas entre medicamentos receitados por diferentes médicos. Segundo ele, o quadro provocou sono fragmentado e alucinações, levando-o, por volta da meia-noite, a tentar manipular a tornozeleira com um ferro de solda, equipamento que ele afirmou saber usar.

“Caindo na razão”, Bolsonaro interrompeu a ação e comunicou os agentes penitenciários sobre o ocorrido. Ele disse ainda que estava acompanhado de familiares e um assessor, nenhum dos quais presenciou a tentativa de violação da tornozeleira.

Boletim médico

Segundo relatório da equipe médica, assinada pelos doutores Claudio Birolini e Leandro Echenique, Bolsonaro encontra-se estável clinicamente, mas apresentou na sexta-feira quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzido pelo medicamento Pregabalina. O remédio foi suspenso, sem efeitos residuais, e os ajustes necessários foram feitos na medicação do ex-presidente.

Defesa pede reconsideração da prisão preventiva

Dentro do prazo de 24 horas estabelecido pelo STF, a defesa de Bolsonaro respondeu ao alerta de violação da tornozeleira, alegando que os episódios de confusão mental e alucinações explicam a tentativa de manipulação do dispositivo. O relatório médico cita que a Pregabalina interage com outros medicamentos utilizados pelo ex-presidente, provocando efeitos como desorientação, alucinações e alterações cognitivas.

Os advogados reforçaram que não houve tentativa de rompimento da tornozeleira e que não existe risco de fuga, destacando a vigilância permanente na residência. O pedido de prisão domiciliar humanitária foi solicitado, argumentando que o estado de saúde de Bolsonaro exige outra forma de custódia.

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