Em uma final eletrizante, digna da maior rivalidade do futebol feminino sul-americano, o Brasil venceu a Colômbia nos pênaltis por 4 a 3 após um empate em 4 a 4 no tempo regulamentar e prorrogação, e conquistou neste sábado (2) a Copa América pela nona vez. A partida, realizada no estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, entrou para a história como uma das mais intensas e emocionantes da competição.
A conquista marcou o primeiro título do técnico Arthur Elias à frente da Seleção Brasileira feminina e teve como protagonistas a lendária Marta, que marcou dois gols, foi eleita a melhor jogadora do torneio e se despediu da Copa América em grande estilo, e a goleira Lorena, que defendeu dois pênaltis decisivos na disputa final.
Também se destacaram Angelina, capitã da equipe, e Amanda Gutierres, artilheira da competição, que balançaram as redes no tempo normal.
Clássico sul-americano em alto nível
Reeditando a final de 2022, Brasil e Colômbia confirmaram o favoritismo e mostraram por que estão em um patamar acima das demais seleções do continente. O confronto começou intenso, refletindo o ritmo acelerado da altitude equatoriana, com alternância de domínio entre as equipes.
A Colômbia abriu o placar após erro da arbitragem, que ignorou falta em Kerolin. Em um rápido contra-ataque, Caicedo finalizou para fazer 1 a 0. O jogo esquentou, com lances ríspidos e provocações. Arthur Elias reagiu rápido, mexendo na equipe antes do intervalo.
A resposta brasileira veio após pênalti sofrido por Gio e convertido com precisão por Angelina. No segundo tempo, um erro de comunicação entre Tarciane e Lorena resultou em gol contra e colocou as colombianas novamente em vantagem.
A Seleção reagiu rápido. Amanda Gutierres empatou com um golaço de centroavante, mas a Colômbia marcou o terceiro com Ramírez nos minutos finais, deixando a vitória perto. Foi quando Marta apareceu, aos 51 do segundo tempo, acertando um chute de rara beleza de fora da área para empatar o jogo em 3 a 3 e levar à prorrogação.
Prorrogação, gol e drama
Mesmo com o cansaço evidente, o Brasil manteve o controle emocional. Angelina lançou Marta, que mostrou inteligência ao adaptar o corpo e marcar seu segundo gol na partida, colocando a Seleção em vantagem pela primeira vez.
A Colômbia, no entanto, mostrou resiliência. Em cobrança de falta perfeita, Leicy Santos empatou novamente, levando a decisão para os pênaltis.
Nos pênaltis, brilho de Lorena e emoção até o fim
A série de penalidades foi tão tensa quanto o jogo. Tarciane, Amanda Gutierres, Mariza, Jhonson e Luany converteram para o Brasil. Lorena defendeu as cobranças de Leicy Santos e Carabalí. Marta teve a chance de encerrar a disputa, mas Tapia defendeu. Ainda assim, o Brasil manteve a vantagem e, com a defesa final de Lorena, garantiu a vitória por 4 a 3.
Legado e despedida
Com a vitória, o Brasil reafirma sua hegemonia continental com o nono título da Copa América Feminina. A partida também ficará marcada como a última de Marta na competição, coroada com dois gols e uma atuação que simboliza sua grandeza no futebol.
Além disso, o título representa um marco na era Arthur Elias, mostrando a força de renovação da Seleção e o potencial para o futuro.