Brasileiros compram menos no exterior após cobrança de 20% sobre encomendas

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(Foto: Divulgação/Canva)

Um em cada quatro consumidores diminuiu gastos no exterior após implementação da “taxa das blusinhas”

Uma pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revelou que um em cada quatro consumidores brasileiros diminuiu ou interrompeu suas compras em sites internacionais após a implementação da chamada “taxa das blusinhas”. Desde agosto de 2024, compras internacionais acima de US$ 50 passaram a sofrer uma cobrança de 20%.

O estudo também mostrou que 24% dos entrevistados passaram a priorizar sites nacionais, embora a maioria dos consumidores considere a taxa prejudicial, especialmente para famílias de baixa renda. O apoio à medida é maior entre as classes A e B, que defendem a ação como forma de fortalecer o comércio interno.

Entre os principais motivos que levam os brasileiros a comprar no exterior estão preço reduzido (43%), custo do frete (38%), variedade de produtos (37%), confiança no site (35%) e qualidade dos produtos (31%). Nos últimos três meses, a média de compras internacionais foi de quatro transações, com gasto médio de R$ 239 por compra. As formas de pagamento mais utilizadas são PIX (54%), predominante nas classes C/D/E, e cartão de crédito (49%), preferido pelas classes A/B.

Os produtos mais adquiridos no último ano foram: roupas (41%), calçados (29%), acessórios de moda (26%), artigos para casa (24%) e cosméticos e perfumes (22%).

Para José César da Costa, presidente da CNDL, os dados mostram que preço e variedade continuam sendo os principais motivadores de compra dos brasileiros, o que representa um desafio para os varejistas nacionais. Ele também alertou sobre a queda do uso de marketplaces nacionais, considerada um sinal de alerta para o setor.

“Para reverter essa tendência, o comércio brasileiro precisa de um ambiente mais competitivo, com políticas públicas que reduzam a carga tributária e melhorem a infraestrutura logística”, afirmou Costa.

Apesar da consolidação das plataformas estrangeiras, 60% dos consumidores afirmam que comprariam em sites nacionais caso preços e variedade fossem comparáveis aos internacionais.