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domingo, 3 de agosto, 2025
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Brasileiros já pagam com Pix no exterior: sistema avança por América do Sul, Europa e EUA

Durante as férias de julho, a dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, ficou surpresa ao perceber que o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado no Brasil, já é amplamente aceito em países como Paraguai e Argentina, segundo publicação da Agência Brasil. “Nas lojas grandes de Ciudad del Este, mais de 90% aceitavam. Em Buenos Aires, quase todos os restaurantes tinham essa opção”, conta.

Apesar de o Pix não permitir transferências internacionais diretas, o avanço no exterior tem sido possível graças a parcerias entre fintechs brasileiras e empresas adquirentes, responsáveis pelas maquininhas de pagamento. O sistema permite que o consumidor escaneie um QR Code gerado em moeda local e pague em reais, com conversão automática e IOF incluído.

Segundo o empresário Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, uma das empresas pioneiras no serviço, “o câmbio é garantido no momento do pagamento, diferentemente do cartão de crédito”. A tecnologia, explica ele, tem conquistado espaço em países como Chile, Portugal, França e, mais recentemente, nos Estados Unidos.

A jornalista Verônica Soares, também de Brasília, está de férias em Paris e usou o Pix para converter reais em euros por meio de uma conta digital multimoeda. “Tudo muito prático, sem precisar de casa de câmbio”, diz.

Hoje, cerca de 160 milhões de brasileiros usam o Pix — mais de 75% da população. Em 2024, o sistema já respondeu por quase metade das transações financeiras no país. A expansão internacional é movida por essa demanda e pela praticidade para quem viaja, principalmente em regiões com grande fluxo de turistas brasileiros.

A chegada do Pix aos EUA ganhou força com um recente acordo entre a PagBrasil e a gigante Verifone, que detém 75% das maquininhas usadas por grandes lojistas americanos. A expectativa é que estados como Flórida e Nova York, destinos preferidos de brasileiros, liderem a adoção.

Apesar da abertura de investigação por parte do presidente norte-americano Donald Trump contra o sistema, por supostas práticas desleais, especialistas avaliam que será difícil barrar seu avanço. “O Pix é imparável. É o sistema de pagamentos mais versátil do mundo”, afirma Hoffmann.

O Banco Central estuda, no longo prazo, conectar o Pix ao sistema internacional Nexus, em desenvolvimento pelo Banco de Compensações Internacionais, mas ainda sem previsão para um Pix totalmente internacional.

Enquanto isso, brasileiros seguem usando o Pix como uma ferramenta de conveniência e economia em suas viagens pelo mundo.

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