Câmara abre espaço na Tribuna para discutir sobre impasse na feira na Praça do Peixe

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presidente da Associação de Moradores do Bairro Vilas Boas, Nola Pompeo (Foto: PMCG)

A Câmara Municipal de Campo Grande abriu espaço na Tribuna para falar sobre a feira realizada na Praça do Peixe. No último sábado, a Feira Mixturô, teve as atividades interrompidas durante fiscalização da Polícia Militar Ambiental. De um lado, representante da Associação de Moradores alega reclamações de perturbação de sossego. De outro, os feirantes querem assegurar o espaço para trabalhar.

Nesta terça-feira, dia 16, durante a sessão ordinária, o espaço foi ocupado pelo presidente da Associação de Moradores do Bairro Vilas Boas, Nola Pompeo. Na quinta-feira, dia 18, Carina Zamboni, organizadora da Feira Mixturô, ocupará a Tribuna para repassar o posicionamento dos feirantes.

“Diante de manifestações de vários moradores que se sentem lesados com eventos próximos à praça e na praça, protocolei ofício junto à  Polícia Militar Ambiental solicitando fiscalização, manifestando interesse em me identificar e seguir com representação criminal caso fosse necessário, o que qualquer cidadão pode fazer”, esclareceu Nola Pompeo, citando a possibilidade de poluição sonora e perturbação do sossego no evento.

Ele informou que solicitou a fiscalização porque no entorno da praça há várias residências e diante de atração musical para sábado decidiu pedir a fiscalização. A feira inicia às 17h e encerra antes das 22 horas. O morador acrescentou que também solicitou a fiscalização de bares na Avenida Bom Pastor por abuso de fontes sonoras. Nola Pompeo alega que não houve excessos por parte da Polícia Militar.

O morador solicitou a aferição dos decibéis e o gerador de energia elétrica da feira acabou sendo desligado, causando prejuízos a vários feirantes que tiveram que encerrar as atividades. “Não há interesse de proibir feira de acontecer, contudo como qualquer trabalho está sujeito à fiscalização, que pode ser solicitada por qualquer cidadão”, justificou o Nola Pompeo, que mora há 32 anos no bairro.

Já a organizadora da Feira, Carina Zamboni, falou que em quase quatro anos em que o evento é organizado algo semelhante nunca tinha acontecido. “A Polícia Militar Ambiental recebeu um ofício do morador fazendo uma denúncia contra a feira. E a Polícia Ambiental chegou lá já de uma maneira bem ríspida com as organizadoras, exigindo o desligamento do som e retirada do material da praça. Nós tentamos conversar para baixar o som. Não existiu conversa, nós fomos ameaçadas de prisão, caso nós não desligássemos o som e retirássemos os aparelhos da praça. Resolvido isso, acreditamos que tinha acabado o problema. Alguns minutos depois eles voltaram exigindo que nós desligássemos o gerador que estava alimentando a energia da feira para que tivesse aferição da poluição”, explicou Carina.

Ela informou que não houve sequer tempo para avisar os feirantes para que desligassem os aparelhos e o policial falou que estava ordenando que fosse desligado. Carina explica que vários feirantes tiveram prejuízos. Ela informou ainda que os feirantes sempre tiveram apoio dos vizinhos, usando até mesmo a energia das casas próximas no início do evento.

No espaço dedicado ao aparte, vários vereadores manifestaram-se favoráveis às feiras, que reúnem famílias aos finais de semana, incentivando a ocupação de espaços públicos. A Feira Mixturô reúne empreendedores, itens de artesanato, gastronomia e atrações culturais.

O vereador Rafael Tavares, autor do convite para Nola Pompeo falar na Tribuna, falou que o ponto principal  é esclarecer o que aconteceu no sábado. “Acho importante essa Casa abrir espaço para ouvir os dois lados”. Ele confirmou que na quinta-feira, na Tribuna, foi convidada Carina Zamboni, organizadora da feira, para apresentar seu ponto de vista sobre o caso.

“Sou defensor das feiras, acho que é uma forma de a sociedade participar, a economia girar. Assim como moradores que estão se sentindo prejudicados por questão de poluição sonora também devem ser ouvidos para encontrar meio termo e atender toda sociedade”, afirmou o vereador Rafael Tavares.